Andreza Matais - UOL - Coube ao ministro Fernando Haddad (Fazenda) acalmar a bancada ruralista surpreendida com a informação de que os recursos do Plano Safra haviam acabado. O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, não comunicou ao Congresso da situação e colocou lenha na fogueira ao relacionar o caixa vazio à falta de votação do orçamento para este ano.
Procurado, Fávaro reforçou a crítica. "Manda eles votarem o orçamento e pararem de conversa fiada", disse.
A coluna apurou que Haddad telefonou para o líder da bancada ruralista na Câmara, deputado Pedro Lupion (PP-PR), para acalmar a situação e informar que o governo iria editar uma medida provisória para liberar R$ 4 bilhões ao programa de empréstimo aos produtores.
Esse contato caberia ao ministro da Agricultura. Fávaro, contudo, não tem interlocução com a bancada e a omissão virou novo motivo de críticas a ele.
A Casa Civil e o Ministério da Relações Institucionais, que têm como missão fazer a ponte com o Congresso, também cruzaram os braços. Diante disso, coube ao ministro da Fazenda atuar como bombeiro.
As críticas de Haddad sobre a não votação do Orçamento foram respondidas com a informação de que o governo não enviou ao Congresso a projeção da inflação. Dado crucial para a programação orçamentária.
O orçamento deste ano deveria ter sido votado em 2024. O Congresso, contudo, segura a discussão até que o Supremo libere as emendas parlamentares.
Reforma ministerial
A troca do ministro da Agricultura não é mais considerada na bancada ruralista. O nome de Artur Lira (PP-AL) era o preferido, mas interlocutores da frente ruralista dizem que ele informou que não aceitaria o posto.