O secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, César Miranda, participou nesta quarta-feira (18.6), em Brasília, de uma audiência com o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, para tratar dos cortes anunciados pela Azul Linhas Aéreas em rotas que operam no estado. A principal preocupação é com o fim do voo direto entre Cuiabá e Alta Floresta, previsto para ocorrer a partir de 1º de julho.
A reunião foi articulada pelo senador Jayme Campos e contou também com a presença da senadora Margareth Buzetti e do prefeito de Alta Floresta, Chico Gamba. A comitiva solicitou apoio do Governo Federal para manter a conectividade aérea com o Nortão do estado, uma das regiões mais estratégicas para o desenvolvimento de Mato Grosso.
“Alta Floresta é uma cidade polo e nós temos uma grande região ali de mais de 300 mil habitantes e é interesse do Governo do Estado que a gente amplie o número de voos para Mato Grosso para desenvolver o turismo, desenvolver o turismo empresarial", declarou o secretário César Miranda.
Durante a audiência, o ministro Silvio Costa Filho afirmou que vai buscar diálogo com a Azul para tentar reverter a decisão e que o Governo Federal está sensível ao problema enfrentado pelos estados. Segundo ele, a malha aérea da empresa está sendo readequada por conta da redução temporária da frota. O ministro também mencionou que o Governo Federal trabalha para liberar R$ 4 bilhões do Fundo Nacional de Aviação Civil (FNAC), o que pode auxiliar as companhias na aquisição de novas aeronaves e na ampliação das rotas regionais.
O senador Jayme Campos citou o crescimento da região de Alta Floresta. Entre as safras de 2017/2018 e 2022/2023, a área plantada nos municípios de Alta Floresta, Apiacás, Carlinda, Nova Bandeirantes, Nova Monte Verde e Paranaíta cresceu 437%. Além disso, a cidade se destaca pela pecuária de corte e pelo ecoturismo. A manutenção da rota aérea também é fundamental para a agenda ambiental do estado e do país.
O prefeito de Alta Floresta, Chico Gamba destacou os prejuízos que a suspensão do voo pode gerar.
“A suspensão de voos regulares a Cuiabá impactará de forma significativa setores da economia e do cotidiano regional", afirmou. Ele também classificou a medida como “desproporcional diante dos benefícios sociais e econômicos” que a rota proporciona ao município. Gamba pontuou que, somente neste ano, os voos operaram com média de ocupação de 73%.
Embora tenha adotado um tom institucional, o secretário César Miranda lembrou que o Estado já concede incentivos fiscais importantes para garantir a operação da aviação regional, como a isenção do ICMS sobre o querosene de aviação, por meio do programa VOE MT. Ele mencionou que a atual política de incentivos pode passar por reavaliações caso os cortes da companhia avancem, especialmente em rotas consideradas estratégicas para Mato Grosso.
Além da rota Cuiabá–Alta Floresta, a Azul anunciou o cancelamento de voos para outras cinco capitais brasileiras: Campo Grande (MS), Curitiba (PR), Goiânia (GO), Brasília (DF) e Maceió (AL).