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Opinião

GABRIEL NOVIS NEVES – Altares da vida e da morte

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Foi o conceituado historiador cuiabano, Estevão de Mendonça que cunhou a famosa frase: ‘Quem morre em Cuiabá, morre para  sempre’.

Morre da morte morrida e da morte pelo esquecimento.

Santa verdade do pai de Rubens de Mendonça, também historiador.

Fui consultar com um jovem cardiologista formado na nossa UFMT e Doutor pela USP em cardiologia, especialista na ‘implantação de marcapasso cardíaco’.

Consultório modesto, conversamos sobre a sua especialidade.

Filho de gente humilde, foi criado na cidade de Paranaíba antes da divisão do Estado.

Estudou em escola pública e se formou em Medicina numa das primeiras turmas da UFMT.

Fez residência médica, mestrado e doutorado na USP.

Defendeu tese em que empregava antibiótico profilático em seus procedimentos de implantação de marcapasso cardíaco.

Até então não se utilizava antibiótico nesse ato médico.

Sua tese foi distribuída pela rede mundial de internet para universidades brasileiras e americanas.

Os cientistas americanos a leram e empregaram em suas pesquisas com sucesso.

Constataram que com o uso profilático dos antibióticos as infecções desapareceram.

Assim, a conduta nesse procedimento médico, foi mudado nos Estados Unidos, Europa, Brasil e todo o Mundo.

Ele recebeu homenagens nas universidades americanas, com títulos, troféus e diplomas.

Isso me foi contado pelo nosso professor e me mostrou os prêmios recebidos.

Disse-lhe que ninguém havia comentado comigo essa conquista.

Também não li nada à respeito na nossa Faculdade de Medicina, Academia de Medicina, Conselho Regional de Medicina, Sindicato dos Médicos, Associação dos Docentes da UFMT.

Perguntei se ele havia divulgado aos órgãos de comunicação.

Muito modesto, disse ser essa conquista científica mundial, patrimônio da humanidade, da sua família e de alguns colegas.

Júlio Cesar de Oliveira, um dos pioneiros em implante de marcapasso cardíaco em Cuiabá, é Professor Doutor de Medicina da nossa UFMT e da Academia de Medicina de Mato Grosso.

Outra conquista nacional foi na área de literatura.

Existe no Rio de Janeiro a Academia Brasileira de Médicos Escritores — ABRAMES, fundada em 1.987.

Patrono: Manuel Antônio Almeida.

Quase todos os Estados estão representados nessa Academia que congrega ‘médicos escritores’.

A escolha é realizada ‘pelo trabalho e conteúdo apresentado’, aprovado pela ‘Comissão de Admissão’ e em plenário.

Há nove anos faço parte da ABRAMES, e hoje terei reunião plenária às 17 h do Rio de Janeiro, com duas palestras.

01. O delírio de ciúme de Bentinho em ‘Dom Casmurro’.

02. Reflexões sobre ‘Mulé Rendeira’.

03. Tertúlia.

Sou o único médico cuiabano e mato-grossense à pertencer a ABRAMES.

Tive um colega de turma entusiasta da Academia Brasileira de Escritores Médicos.

Enviava as minhas crônicas diárias a ele, como faço à vários amigos.

Eu desconhecia por completo a ABRAMES, assim como da sua paixão pela Academia.

Ele reuniu vinte das minhas melhores crônicas, juntou ao meu Currículo de Vida e enviou para a Comissão de Admissão que as aprovou.

Dessa forma, após muito discutir com o meu saudoso colega Fábio Morinigo, sobre minhas qualidades literárias, terminei aceitando.

Ninguém em Cuiabá ou entre meus familiares conhece essa minha ‘façanha literária’.

Gabriel Novis Neves é médico e ex-reitor da UFMT

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