Mais uma mulher foi brutalmente assassinada em Mato Grosso. Dessa vez, em Confresa, diante das próprias filhas, Regiane Alves da Silva, de 29 anos, foi morta a facadas pelo marido. Ela segurava a filha de 3 anos no colo quando foi esfaqueada.
Uma cena de horror que se repete com uma frequência estarrecedora: mais de 40 mulheres perderam a vida em 2024 vítimas de feminicídio em Mato Grosso. Como se não bastasse, as tentativas também aumentaram 15% no ano passado. O que estamos esperando para agir com mais firmeza?
O feminicídio não é um crime qualquer. Ele representa o estágio final de um ciclo de violência que, muitas vezes, se arrasta por anos. Ele tem raízes em relações abusivas, na impunidade e na falha dos mecanismos de proteção às vítimas. Quando um homem se sente no direito de tirar a vida de sua esposa ou companheira, é porque a sociedade falhou em dar a resposta adequada antes que esse crime ocorresse.
O Estado precisa agir com mão firme. É urgente ampliar o acesso das mulheres a medidas protetivas, garantir que a fiscalização dessas medidas seja eficaz e que os agressores sintam o peso real da lei. Precisamos fortalecer o combate a essa violência dentro das delegacias, com mais delegacias especializadas, melhor estrutura para as vítimas denunciarem e uma ação policial mais rápida e eficiente.
Mas não é só o poder público que precisa agir. A sociedade também tem um papel fundamental. Muitas dessas mulheres assassinadas já haviam sofrido violência antes. Quantas vezes vizinhos, amigos e parentes viram sinais de abuso, ouviram gritos de socorro? A violência contra a mulher não pode ser tratada como um problema privado, mas sim como uma responsabilidade coletiva.
Como parlamentar e como mulher, me comprometo a continuar lutando por leis mais rigorosas, pela fiscalização efetiva das medidas protetivas e pela ampliação das políticas de prevenção. Não podemos naturalizar essas tragédias. Cada vida perdida é um grito de socorro que não foi ouvido a tempo.
O caso de Confresa não pode ser apenas mais um número. Ele precisa ser um marco para que, finalmente, deixemos de lamentar e passemos a agir com a firmeza necessária. O feminicídio tem que parar. E essa luta exige ação de todos nós.
Coronel Fernanda é deputada federal e líder da bancada no Congresso Nacional