UOL - A estratégia de expulsar garimpeiros da Terra Indígena Sararé causou perdas inéditas ao Comando Vermelho, afirma José Roberto de Toledo no A Hora, do Canal UOL.
O tema é um dos destaques do episódio especial desta semana do A Hora, podcast de notícias do UOL com os jornalistas Thais Bilenky e José Roberto de Toledo, disponível nas principais plataformas.
Segundo Toledo, o prejuízo estimado de R$ 245 milhões é dez vezes maior que o impacto financeiro de operações policiais no Rio de Janeiro.
Ele destaca a eficiência da operação federal e a mudança de abordagem. "É uma operação de desintrusão meio exemplar, eu diria, porque até então as operações de desintrusão eram muito caras, envolviam as forças armadas e custavam em média R$ 90 milhões para fazer uma desintrusão. [...] Essa daqui eles resolveram fazer diferente. O orçamento dela é de R$ 20 milhões. É uma fração das outras. E teve um sucesso muito grande, embora tenha tido uma tragédia também".
A ação reuniu Ministério dos Povos Indígenas, Ibama, Funai, Polícia Federal e outros órgãos para desmontar a infraestrutura do garimpo ilegal na região do povo Nnhambicuara, no noroeste do Mato Grosso.
Toledo ressalta que a Sararé, com mais de 60 mil hectares e fácil acesso por rodovias, sempre foi alvo preferencial da mineração ilegal - o Comando Vermelho controla a compra do ouro e financia o garimpo em escala industrial. "O resultado, até agora e continua crescendo, eles deram prejuízo de R$ 245 milhões para o crime organizado".
Comparando com o Rio, Thais Bilenky lembra que a operação da Polícia Militar fluminense gerou perdas de R$ 12,3 milhões ao crime organizado. Toledo reforça: "R$ 12, R$ 13 milhões versus R$ 245 milhões de reais. Quer dizer, a inteligência não é só da Abin, dos Arapungas, dos espiões. A inteligência de concepção do modelo de combate ao crime organizado. É disso que nós estamos falando, entendeu?".