Conteúdo/ODOC - A cabelereira Laura Kellys Bezerra da Cruz, suspeita de envolvimento no caso de envio de um envelope de R$ 10 mil ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), se passando pelo presidente José Zuquim Nogueira, se apresentou nesta terça-feira (19) à Delegacia de Repressão a Crimes Informáticos (DRCI). Contra ela, havia mandado de prisão em aberto, que foi cumprido após o depoimento.
O caso veio à tona na última semana, quando o sargento da Polícia Militar Eduardo Soares de Moraes, lotado na Rotam, foi preso. Ele utilizou um carro de aplicativo para deixar o envelope com dinheiro na portaria do TJ, na noite de 12 de agosto. Para enganar o motorista, teria usado identidade falsa de Zuquim e, em seguida, ainda fez ameaças contra o condutor.
Laura Kellys é ex-esposa do policial militar Jackson Pereira Barbosa, que está preso desde abril deste ano, por envolvimento no homicídio do advogado Renato Nery, ocorrido em julho de 2024.
Quando foi preso, Eduardo negou qualquer envolvimento, e afirmou que teria somente acompanhado Laura Kellys em um encontro com um advogado para entrega de um dinheiro, a pedido de Jackson, que é seu colega, e está detido no batalhão da Rotam.
Na decisão que manteve a prisão de Eduardo, o juiz Marcos Faleiros da Silva, do Núcleo de Audiências de Custódia de Cuiabá, classificou o episódio como “audacioso e ousado”, destacando o grave desvio funcional e os danos à credibilidade do Poder Judiciário. Ele ressaltou que a tentativa de entrega do dinheiro diretamente na sede do TJ, onde atua o presidente da Corte, agrava ainda mais a situação.
Segundo Faleiros, a conduta de Eduardo e a participação de outros envolvidos revelam a existência de uma associação criminosa em andamento, da qual já foram identificados Jackson e Laura Kellys. Para o magistrado, a fuga inicial da acusada representava risco à apuração dos fatos e à aplicação da lei penal.