Política MT
Empresário revela que ex-secretário definia valores de propinas na Seduc e como era feita a divisão
Em depoimento à juíza Ana Cristina Silva Mendes, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, o empresário da construção civil Giovani Belatto Guizardi, da Construtora Dínamo, revelou os bastidores da divisão de propina, oriundo de desvios da Secretaria Estadual de Educação (Seduc), que originou a “Operação Remora”, que investigou fraudes em licitações para construção e reformas de 23 escolas e que causaram um prejuízo de R$ 56 milhões aos cofres públicos durante a gestão do ex-governador Pedro Taques (PSDB).
De acordo com Guizardi, que era o responsável por dividir os valores e que entrou no esquema pelas mãos do empresário Alan Malouf, – segundo investigações no âmbito da “Rêmora”, era o então secretário Permínio Pinto quem definia quanto cada membro do grupo receberia por meio do esquema.
Ele ainda detalhou a porcentagem que era destinada a cada um dos integrantes do grupo. “Dos 100% da propina arrecadada, 25% seria do seu Permínio, que era o dono da pasta, era o secretário, 25% eu coloquei que era do Guilherme Maluf [atual conselheiro do TCE], era braço político da organização, 25% era do seu Alan [Malouf], para que fosse efetuado o pagamento que ele havia alocado na campanha do governador Pedro Taques, 5% para o Wander [Luiz dos Reis, servidor da Seduc], 5% Fábio Frigeri [servidor da Seduc], que era o braço direito do Permínio, 5% a taxa de administração, para bancar os custos da operação, 10% ficaria comigo”, delatou Guizardi.
Guizardi revelou ainda que a intenção de Alan Malouf era recuperar os R$ 10 milhões que ele havia doado para a campanha de Pedro Taques. “No ano de 2014, campanha ainda do governador Pedro Taques, eu procurei o senhor Alan Malouf. Como eu sabia que ele era responsável pela parte financeira, procurei o mesmo com a intenção de fazer uma doação para a campanha do senhor governador Pedro Taques. Nesse momento, em conversa, foi falado já o valor que havia sido disponibilizado na pessoa do Alan Malouf, em torno de R$ 10 milhões e nesse momento eu contribuí com R$ 300 mil. Falei para ele: estão operando na Seduc e já existia [o esquema] no Governo [anterior] e estão dando continuidade com dois empresários, até o onde eu sei […]. Se você me permitir, eu tenho como participar dessa operação”.
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