Conteúdo/ODOC - O empresário Idirley Alves Pacheco, acusado de matar a tiros o ex-jogador de vôlei Everton Fagundes Pereira da Conceição, de 46 anos, afirmou à Polícia que vinha sendo extorquido pela vítima e negou que o assassinato tenha ocorrido por motivação passional.
A informação foi repassada pelo delegado Caio Fernando Alvares Albuquerque, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), durante coletiva de imprensa na manhã desta segunda-feira (14), após o suspeito se apresentar à Polícia Civil.
A declaração foi dada de forma informal, enquanto os policiais realizavam diligências em busca da arma de fogo utilizada no crime. De acordo com o delegado, o empresário ainda será ouvido oficialmente no inquérito, ocasião em que deverá detalhar o suposto esquema de extorsão que teria motivado o homicídio.
“Ele já afirmou que não houve crime passional e falou, de forma não formalizada, que estava sendo extorquido. Isso será explorado no interrogatório: o que consistia essa extorsão, se envolvia dinheiro, por que motivo… Precisamos verificar se há verossimilhança ou se é apenas uma narrativa isolada para tentar justificar o crime”, explicou o delegado.
A versão do empresário confronta os primeiros indícios colhidos durante as investigações, que apontavam para uma possível motivação passional. O nome de Idirley surgiu como suspeito após sua ex-companheira acionar a Polícia relatando o desaparecimento do ex-jogador, com quem mantinha uma relação de amizade.
Ela afirmou temer que o ex-marido tivesse sequestrado Everton, que foi encontrado morto na mesma noite, com três disparos pelas costas, dentro de uma caminhonete Volkswagen Amarok.
De acordo com a testemunha — que presenciou parte dos acontecimentos —, minutos antes do crime, Idirley convidou Everton para ajudá-lo a esconder a caminhonete, que estaria com débitos pendentes. O ex-atleta assumiu o volante e seguiu viagem com o empresário como passageiro. A ex-mulher acompanhava o trajeto em outro carro, logo atrás.
Em determinado ponto do caminho, ambos os veículos pararam. Idirley desceu da Amarok alegando que entregaria roupas para a filha, que estava no carro com a ex-mulher. Ela relatou que, em seguida, viu o empresário retornar ao veículo, mas entrando pela porta traseira e portando uma arma. “Esse detalhe, do banco traseiro, é significativo. Indica que já havia uma intenção premeditada”, pontuou o delegado Caio Albuquerque.
Logo após esse momento, a Amarok arrancou em alta velocidade, e a testemunha perdeu o veículo de vista. Everton foi executado pouco depois e localizado já sem vida dentro da caminhonete, na região da Avenida República do Líbano, em Cuiabá.
O mandado de prisão contra Idirley foi expedido pela Justiça a pedido da DHPP. O suspeito se apresentou de forma voluntária nesta segunda-feira, acompanhado por um advogado. Durante o comparecimento, indicou aos policiais onde teria escondido a arma utilizada no crime, mas o objeto não foi encontrado no local apontado.
Apesar de ainda não ter prestado depoimento formal, o delegado afirmou que a autoria do homicídio está confirmada. “Ele descreveu inclusive a rota de fuga. Agora, vamos checar se essas informações se confirmam. O que já temos certeza é que ele estava dentro da Amarok no momento do crime”, completou.