Conteúdo/ODOC - O ex-prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), presta depoimento nesta segunda-feira (7) à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara Municipal que investiga possíveis irregularidades no contrato do estacionamento rotativo da capital.
O ex-gestor defendeu com entusiasmo o projeto de revitalização do centro histórico e afirmou que a construção do novo Mercado Municipal Miguel Sutil é um dos principais legados de sua administração.
“Sou o pai dessa criança. Idealizei, criei, concebi e coloquei em execução o mais ousado projeto de revitalização do centro histórico de Cuiabá”, disse Pinheiro, em referência ao conjunto de obras que envolvem a requalificação urbana da região central. Segundo ele, o projeto inclui a recuperação das vias no entorno do mercado, reforma das calçadas, instalação de relógios digitais, bicicletas compartilhadas e o próprio sistema de estacionamento rotativo.
A CPI foi aberta para investigar a Parceria Público-Privada firmada entre a Prefeitura de Cuiabá e a empresa CS Mobi, que prevê a exploração do estacionamento rotativo por 30 anos, com contrapartidas que ultrapassam R$ 1 bilhão ao longo do contrato.
Vereadores apontam possíveis prejuízos aos cofres públicos e falta de transparência na execução da parceria. O presidente da comissão, vereador Rafael Ranalli (PL), e o relator, Dilemário Alencar (União Brasil), afirmam que há cláusulas que obrigam o município a repassar valores mensais à empresa mesmo que o sistema não esteja funcionando integralmente.
Em vídeo divulgado em suas redes sociais, Pinheiro rebateu as críticas e afirmou que o projeto tem como objetivo devolver o centro histórico à população cuiabana, promovendo o comércio local, gerando emprego e renda, e atraindo a juventude para a região central da cidade. “Com maior alegria do mundo, estarei presente para dizer: esse legado é nosso. É do povo cuiabano. Tenho orgulho de ser o pai dessa criança”, completou.
A CPI já realizou oitivas com representantes da empresa, servidores e ex-secretários da antiga gestão. O relatório final deve ser apresentado nos próximos meses, com possível recomendação de responsabilização administrativa e judicial, caso sejam constatadas irregularidades.