Conteúdo/ODOC - O ex-prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (PSD), ingressou com uma interpelação judicial contra o atual gestor, Abilio Brunini (PL), após declarações em que ele apontou suposta má utilização de R$ 10,1 milhões em emendas parlamentares durante a antiga administração municipal.
O pedido foi protocolado para que Abilio detalhe em juízo o teor de suas falas e apresente provas que sustentem as acusações.
Caso as justificativas sejam consideradas insuficientes, Emanuel pretende responsabilizar o prefeito judicialmente por calúnia, difamação e injúria.
As declarações de Abilio ocorreram nos dias 7 e 8 de agosto, em entrevistas e publicações nas redes sociais. Segundo ele, recursos destinados a Cuiabá em 2024 por meio de emendas do senador Jayme Campos (União), da ex-deputada federal Rosa Neide (PT) e do deputado federal Emanuel Pinheiro Neto (MDB) teriam “sumido” após serem transferidos “para a fonte geral” da Prefeitura.
“Não foi identificado onde foi parar o recurso. Estas emendas foram gastas em 2024 sem prestação de contas. Isso está prejudicando o recebimento de novas emendas dos deputados comprometidos com Cuiabá”, afirmou o prefeito.
Na ocasião, Abilio também ironizou um convite de Emanuel para tratar do assunto em Brasília, dizendo: “Melhor não ir. Vai que a Polícia Federal aparece lá”. Além disso, em postagens, associou o ex-prefeito ao episódio do “vídeo do paletó”.
Para Emanuel, as falas extrapolam o campo político e insinuam a prática de ilegalidades sem qualquer respaldo documental. Ele sustenta que a gravidade das acusações é ampliada pelo cargo ocupado por Abilio, que dá peso institucional às declarações.
Na ação, o ex-prefeito pede que o atual gestor esclareça, entre outros pontos, o que quis dizer com “sumiço” das emendas, quais seriam as irregularidades atribuídas à sua gestão, quais provas possui para sustentar as acusações e em que se baseou para mencionar possível atuação da Polícia Federal.