Conteúdo/ODOC - O policial militar aposentado Elias Ribeiro da Silva, 54, diretor da Escola Militar de Colniza (1.065 km de Cuiabá), matou a tiros Claudemir Sá Ribeiro, 26, após supor, sem qualquer fundamento, que ele fazia parte de uma facção criminosa. A vítima não tinha passagens pela polícia e era conhecida na cidade como um jovem trabalhador e querido por amigos e familiares.
De acordo com o delegado Ronaldo Binoti Filho, que investiga o caso, Elias estava bêbado no momento do crime e fez a acusação sem qualquer justificativa plausível. "Não teve discussão, eles nem se conheciam", afirmou Binoti em entrevista ao programa Cadeia Neles.
Antes do assassinato, Elias estava sentado à mesa com uma ex-namorada de Claudemir e teria dito a ela que o jovem era membro de uma facção. A mulher imediatamente desmentiu a afirmação, explicando que conhecia Claudemir e que ele não tinha qualquer envolvimento criminoso. Apesar disso, Elias insistiu na acusação e, minutos depois, sacou uma arma e atirou contra a vítima.
Imagens de câmeras de segurança mostram o momento exato do crime. Nas gravações, Elias aparece se aproximando da mesa onde Claudemir estava com dois amigos. Ele conversa rapidamente com um deles, enquanto a vítima parece não dar atenção à sua presença. De repente, o diretor da escola militar puxa a arma da cintura, aponta e atira. Claudemir, atingido na altura do estômago, tenta sair do local, mas cai e morre poucos metros depois.
A Polícia Militar prendeu Elias logo após o crime, dentro de sua casa. Em depoimento, ele apresentou versões contraditórias e chegou a afirmar que Claudemir estava armado e o ameaçando – algo que as imagens das câmeras desmentem. "Não sabemos de onde ele tirou essa ideia, mas tudo aponta para o consumo excessivo de álcool. Não há justificativas para o crime", destacou o delegado Binoti.
Claudemir trabalhava em uma fazenda da região e era reconhecido como um jovem de boa índole. Em 2019, ele ficou conhecido em Mato Grosso ao construir, junto com o irmão, uma réplica de avião utilizando materiais recicláveis. Apaixonado por aviação, nunca havia tido a oportunidade de voar.
Após o crime, a Secretaria de Estado de Educação (Seduc-MT) e o Comando Geral da Polícia Militar anunciaram o afastamento imediato de Elias Ribeiro da Silva do cargo de diretor da Escola Estadual Militar Tiradentes. A investigação segue em andamento, e o policial aposentado deve responder por homicídio qualificado.