Opinião
DIRCEU CARDOSO – Argentina, entre a esquerda peronista e a direita
A Argentina vive os últimos instantes da campanha eleitoral presidencial mais disputada de sua história e tendente a mudar radicalmente o país. No domingo, os 35 milhões de eleitores irão às urna para escolher os novos presidente, governadores das provincias, 257 deputados, um terço dos 72 senadores e o prefeito de Buenos Aires.
Concorrem à presidência o ministro da Economia, Sérgio Massa, que representa o peronismo e assumiu a vaga deixada pelo presidente Alberto Fernandez que desistiu, mesmo tendo direito a tentar um novo mandato. Ele foi atropelado pela inflação alta (138% ao ano) e pela decorrente crise econômica, sendo hoje considerado um “pato manco”, expressão que define o governante que continua no posto mas perdeu o prestigio e o poder.
Outro postulante é o libertário Javier Milei, do antiperonista movimento Liberdad Avanza, que teve o maior numero de votos nas eleições primarias realizadas em agosto e promete acabar com a crise dolarizando a economia e implodindo o Banco Central argentino. A terceira opção é Patrícia Bullrich, herdeira do macrismo, representante de um discurso forte contra o establishment político tradicional, que em alguns momentos têm sido isola da pela polarização e campanhas fortes dos outros dois concorrentes.
É dificil, no Brasil de hoje, e na distância que separa São Paulo e Buenos Aires, prever o resultado dessa eleição, onde o presidente Lula mandou recursos e marqueteiros para ajudar Sérgio Massa.. Parece-nos, no entanto, que Massa terá dificuldade pelo mesmo motivo que levou Fernandez a jogar a toalha: sua ligação com o governo e o peronismo e a tendência de esquerda.
Se vencer Milei ou Bullrich, os argentinos estarão colocando no passado importantes capítulos de sua historia politica, social e econômica. O peronismo liderou a Argentina desde 1944,, quando seu lider, Juan Domingo Perón, foi feito ministro da Guerra. Em seguida foi vice e presidente da República. Afastado em 1955 por um golpe de Estado, exilou-se na Espanha e voltou em 1973, reassumindo o poder. Morreu no ano seguinte, mas deixou seguidores que se elegeram.
Os últimos foram Nestor Kirchner e sua mulher Cristina (atual vice-presidente) e Fernandez. Quase meio século após a morte do lider, o peronismo vive grandes dificuldades. Se não vencer neste domingo, corre o risco de não mais se reerguer e a esqerda perderá bastante em representatividade no continente.
Para nós, brasileiros, o mais importante é que o vizinho país tenha eleições regulares e plenamente aceitas pelo seu povo. Apesar de ter sua preferência, o presidente Lula não deve se meter e muito menos envolver o Estado Brasileiro. Questão de respeito à autodeterminação dos povos. Ganhe aquele que o povo escolher e, independente de qual seja, a Argentina continuará como grande parceiro nosso, tanto no Mercosul quanto no comércio bilateral.
Sucesso e vida produtiva à Argentina e aos argentinos…
Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves – dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo)
[email protected]


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