Conteúdo/ODOC - O deputado estadual Júlio Campos (União) voltou a criticar a escassez de trabalhadores em Mato Grosso e atribuiu parte do problema à dependência de programas sociais, como o Bolsa Família e o auxílio gás. Segundo o parlamentar, muitos beneficiários têm deixado de buscar emprego formal por conta dos auxílios pagos pelo Governo Federal.
“Há uma carência de mão de obra muito grande em Mato Grosso e uma das grandes culpadas dessa situação é que muita gente não quer trabalhar, porque está recebendo bolsa daqui, bolsa dali, auxílio gás...”, declarou Júlio, em entrevista à imprensa.
A falta de trabalhadores qualificados e dispostos a atuar em obras e serviços tem sido tema recorrente no Estado. Na semana passada, o governador Mauro Mendes (União) também mencionou que a ausência de mão de obra tem comprometido o cronograma de obras de infraestrutura em andamento em Mato Grosso.
Entre as obras citadas, a implantação do BRT em Cuiabá — que substitui o projeto do antigo VLT — é um dos casos que têm gerado maior repercussão. Além dos transtornos à mobilidade urbana, a demora para conclusão tem sido alvo de críticas políticas e técnicas.
Dificuldade maior em Mato Grosso
Júlio Campos argumenta que a situação é ainda mais grave em Mato Grosso devido ao grande volume de obras públicas e privadas em execução. “Por concentrar tantas obras de infraestrutura e empreendimentos, Mato Grosso enfrenta mais dificuldade que outras regiões para encontrar quem queira trabalhar”, afirmou.
O deputado relatou inclusive um caso pessoal, mencionando que vem enfrentando dificuldades para manter trabalhadores em uma obra de reforma em Várzea Grande. “O cidadão trabalha um, dois, três dias no máximo e já pede pra sair porque está recebendo bolsa, porque a mulher está recebendo bolsa”, disse.
Reflexo nacional
Para Júlio, o problema não é exclusivo de Mato Grosso, mas atinge todo o país, prejudicando o setor produtivo e o crescimento econômico. “O Brasil está sendo prejudicado. Não sou só eu que reclamo. A Federação das Indústrias de São Paulo e outros organismos têm relatado que não há mão de obra suficiente. E aqui em Mato Grosso isso é ainda mais evidente”, destacou.
O parlamentar defende que políticas de incentivo ao trabalho sejam fortalecidas para equilibrar o acesso a benefícios sociais com a necessidade de geração de empregos e desenvolvimento econômico.