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Deputado afirma que não apoiará Mauro ao Senado e defende Medeiros e ‘barão do agro’

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Deputado afirma que não apoiará Mauro ao Senado e defende Medeiros e ‘barão do agro’

Conteúdo/ODOC - O deputado estadual Gilberto Cattani (PL) contrariou a maioria de seu partido e afirmou que não pretende apoiar o governador Mauro Mendes (União Brasil) em uma eventual candidatura ao Senado em 2026. O parlamentar declarou que deve se alinhar aos nomes do deputado federal José Medeiros (PL) e do ex-presidente da Aprosoja, Antônio Galvan (DC), ambos ligados ao bolsonarismo.

Em conversa com jornalistas, Cattani disse que tem admiração por Galvan e que torce para que ele entre na disputa. “Sou muito fã do Galvan, quero muito que ele seja candidato ao Senado. Torço pelo Galvan e pelo Medeiros para que a gente possa votar neles”, afirmou.

O deputado ainda comentou que, mesmo que o ex-presidente Jair Bolsonaro apoie Mauro Mendes, pretende argumentar com ele sobre seu desejo de votar em Galvan. “Se o Bolsonaro sugerir o Mauro como candidato, eu posso falar com ele: ‘presidente, infelizmente eu gostaria muito que fosse o Galvan, o senhor me permite votar nele?’. Tenho certeza de que vai dizer que sim”, declarou.

A posição de Cattani vai na contramão da maior parte do PL em Mato Grosso, que tem sinalizado apoio ao governador Mauro Mendes, aliado de Jair Bolsonaro e crítico do governo Lula (PT). Ex-integrante do PSB, Mendes construiu forte proximidade com o bolsonarismo durante sua gestão e vem sendo apontado como nome competitivo para o Senado. O governador também se destacou por criticar as punições impostas aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro, o que reforçou sua identificação com parte da base conservadora.

Cattani, porém, reforçou sua preferência por nomes mais próximos do núcleo original do bolsonarismo, e comentou ainda o movimento de apoio dentro do próprio PL ao vice-governador Otaviano Pivetta (Republicanos), cotado para disputar o governo estadual em 2026. Para o deputado, o favoritismo de Pivetta decorre do poder político que o cargo confere. “O maior peso político é de quem tem a caneta nas mãos, isso é um fato. A máquina sempre fez com que as pessoas se mantivessem no poder”, avaliou.

As movimentações em torno do nome de Pivetta têm gerado desconforto entre aliados do senador Wellington Fagundes (PL), que já se lançou pré-candidato ao governo. Fagundes tem enfrentado dificuldades para consolidar seu espaço dentro do partido, enquanto parte dos correligionários flerta com o vice-governador, considerado um nome de continuidade da gestão de Mauro Mendes.

Cattani, por sua vez, disse não ter informações sobre uma possível filiação de Pivetta ao PL e ressaltou que não ocupa cargos de direção partidária em Mato Grosso. “Não sei se ele pretende se filiar ao PL, não faço parte da executiva e não tenho acesso a essas conversas”, afirmou.

Otaviano Pivetta é apontado como herdeiro político de Mendes. Desde o primeiro mandato da dupla, iniciado em 2019, o governo tem destacado a recuperação das finanças estaduais, um contraste com o cenário herdado da gestão anterior, marcada por atrasos em repasses e contratos, além da falta de recursos para investimentos.