Conteúdo/ODOC - A defesa do advogado Nauder Júnior Alves Andrade negou que ele tenha tentado fugir do Centro de Ressocialização Ahmenon Lemos Dantas, em Várzea Grande, e afirmou que o episódio teria sido forjado como forma de retaliação. Segundo os advogados, Nauder estaria sendo alvo de uma “armação” por cobrar o cumprimento de seus direitos dentro da unidade prisional.
O suposto episódio ocorreu na madrugada de quarta-feira (5). Conforme o relato de policiais penais, um agente que fazia vigilância teria escutado barulhos vindos da sala onde Nauder estava, e acionado uma equipe para averiguar. Durante a verificação, o grupo teria constatado que o ferrolho da grade do banho de sol estava danificado e recolhido materiais que indicariam uma tentativa de fuga.
A versão é contestada pela defesa, que afirma que nenhum dos detentos foi flagrado tentando escapar ou portando objetos ilícitos. Os advogados sustentam que Nauder dormia quando os policiais entraram na cela e que os itens apresentados não pertencem a ele. “Essa narrativa é baseada apenas em objetos supostamente encontrados no local, sem qualquer flagrante real”, pontuou a defesa.

Os advogados ainda dizem que uma fuga seria inviável a partir da Sala de Estado-Maior, local onde o advogado está preso, por conta das barreiras físicas e do monitoramento por câmeras. Para eles, o caso tem características de uma ação coordenada para incriminar Nauder, em resposta à sua postura firme dentro do presídio.
Entre as reivindicações feitas por ele estariam o direito a banho de sol, estrutura mínima para atendimento e audiências, e o cumprimento das condições previstas no Estatuto da Advocacia (Lei nº 8.906/94) para celas destinadas a advogados.
A defesa também alega que Nauder sofreu represálias por ter denunciado, em audiência de custódia, agressões físicas e revista vexatória dentro da unidade. “Há indícios de que a narrativa construída foi resultado de uma reação institucional ao exercício legítimo do direito de defesa”, afirmaram.
Os advogados informaram ainda que estão preparando uma representação criminal contra o diretor do presídio e os policiais penais envolvidos, com base em supostos crimes de agressão, abuso de autoridade, fraude processual e denunciação caluniosa. O caso deve ser investigado em inquérito já determinado pela Justiça.