Conteúdo/ODOC - A Justiça determinou a prisão domiciliar de Sebastião Lauze Queiroz de Amorim, conhecido como “Dono da Quebrada”, alvo da Operação Ludus Sordidus, que investiga um esquema de tráfico de drogas, jogos de azar, estelionato e lavagem de dinheiro. Outros sete investigados tiveram a prisão preventiva mantida.
A decisão foi proferida pelo juiz Moacir Rogério Tortato durante audiência de custódia realizada na quinta-feira (21). A defesa apresentou um laudo médico apontando que Sebastião sofre de cardiopatia, com entupimento arterial e risco de infarto. O magistrado concedeu a prisão domiciliar mediante uso de tornozeleira eletrônica.
Sebastião também recebeu autorização judicial para participar do velório do irmão, João Bosco Queiroz de Amorim, conhecido como “Bosco” ou “Faixa Preta”. Bosco morreu após reagir a uma abordagem policial durante o cumprimento dos mandados da operação. Ele chegou a ser socorrido, mas não resistiu.
Proprietário do SN Futebol Clube, time amador de Cuiabá, Sebastião é apontado pela investigação como um dos líderes da facção, responsável por controlar atividades criminosas em determinadas regiões da Capital.
Permanecem presos o influenciador Dainey Aparecido da Costa (Playboy), Ozia Rodrigues (Shelby), Renan Curvo da Costa, Ronaldo Queiroz de Amorim, Ronaldo Queiroz de Amorim Júnior, Jheine Rodrigues Pinheiro e Paulo Augusto e Silva Dias.
A operação
No total, a Justiça determinou o cumprimento de 38 ordens judiciais, sendo 10 mandados de prisão preventiva;8 de busca e apreensão;8 de sequestro de imóveis; e 12 de bloqueio de contas e valores, que somam mais de R$ 13,3 milhões.
As investigações começaram em dezembro de 2023, após integrantes da facção criminosa interromperem uma reunião comunitária no bairro Jardim Liberdade, em Cuiabá. O encontro teria sido encerrado sob ameaças, em uma demonstração de força do grupo.
De acordo com a polícia, a motivação foi política: a irmã de um dos investigados era pré-candidata a vereadora, e a reunião teria sido interpretada como um ato político devido à presença de um secretário de Estado.
Os investigadores apuraram que um dos líderes do grupo usava a fachada de ações sociais e da presidência do SN Futebol Clube para encobrir crimes como tráfico, estelionato e jogos ilegais. Ele recebia mensalmente 10% dos lucros da plataforma de apostas clandestinas, além de valores oriundos do tráfico e de golpes em sites de compra e venda.
Também foi identificado que um de seus subordinados, o mesmo que dissolveu a reunião de bairro, mais tarde passou a comandar extorsões contra comerciantes em Várzea Grande e Rondonópolis.