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Cooperados alcançam assinaturas suficientes para Assembleia Extraordinária que pode destituir diretoria da Unimed

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Cooperados alcançam assinaturas suficientes para Assembleia Extraordinária que pode destituir diretoria da Unimed
Rachada, maior cooperativa de saúde privada de Mato Grosso vive expectativa de uma nova eleição a ser eventualmente realizada num prazo de até 10 dias

Conteúdo/Odoc

O que parecia improvável, tornou-se realidade na noite da última segunda-feira (3). Com 280 assinaturas, inclusive podendo chegar a 350 adesões nas próximas horas, os cooperados da Unimed Cuiabá reuniram apoio necessário para se convocar uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE) num prazo máximo de 10 dias.

Em vídeo, o ex-presidente da instituição, Rubens de Oliveira, o Rubinho, justificou a medida. “Tomei conhecimento agora, por colegas, que a lista de convocação da AGE que destituirá a atual gestão e dará transparência aos balanços da Unimed Cuiabá alcançou o número necessário de assinaturas. Parabéns, cooperados! O balanço será aberto e a verdade, seja qual for, será conhecida”, celebrou. (veja vídeo abaixo).

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Duas pautas polêmicas sustentam a necessidade da convocação excepcional dos mais de 1.200 cooperados da maior instituição de saúde privada de Mato Grosso. São elas: supostas distorções nos balanços contábeis, aprovados nos últimos anos, além da realização de eleição para escolha de uma nova diretoria, atualmente liderada pelo médico, Carlos Eduardo Bouret.

Apuração

O Portal O Documento teve acesso, com exclusividade, a uma detalhada análise técnica dos balancetes da cooperativa conduzida de forma independente pelo Instituto Telo de Perícias LTDA, assinada em 16 de agosto do ano passado pelo perito contador, Alex Ribeiro Telo. (veja documento abaixo)

O parecer contábil da Telo assinalou, nas páginas sete e oito, suposta distorção na publicação do resultado contábil do exercício de 2022, o que segundo a Telo, prejudicou a correta apuração das perdas financeiras da Unimed, que foram rateadas entre os cooperados.

“Em termos mais práticos, houve um reconhecimento contábil no valor de R$ 400 milhões, compreendendo não só o exercício de 2022, mas pelo menos a mais três exercícios sociais”, apontou o mesmo perito. (veja documento abaixo)

Ainda no mesmo documento, a Telo Perícias repeliu “ajustes de exercícios anteriores diretamente no resultado de 2022, sem a reabertura dos balanços patrimoniais dos anos afetados e sem a devida aprovação em Assembleia Geral Extraordinária”. (veja documento abaixo)

Durante depoimento à Polícia Federal, a qual a nossa reportagem também teve acesso com absoluta exclusividade, o então CEO (Chief Executive Officer) da Unimed Cuiabá, Eroaldo Oliveira, denunciou que a atual diretoria da cooperativa médica teria aproveitado a reprovação do balanço contábil da gestão anterior para, segundo ele, confundir os órgãos de fiscalização.

“As contas da Unimed que estavam na esteira e que foram executadas até dezembro de 2022, isso consta no próprio relatório deles doutor, não sou que estou dizendo, no valor de R$ 185 milhões, que tá lá no item 4.4 da auditoria deles. Eles (atual gestão) incluíram R$ 185 milhões de contas, sem critérios de avaliação prévia, sem passar por qualquer auditoria”, disparou. (veja vídeo abaixo)

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Pelo apurado, a nova Assembleia Geral Extraordinária deve ser aberta com a proposta de destituição da atual diretoria e conselho de administração, com voto secreto dos cooperados. A segunda pauta se refere a anulação da AGE que validou suposto rombo contábil de R$ 400 milhões nas contas da cooperativa. E, por fim, realização de eleição para escolha de uma diretoria e conselho de administração, por prazo de 120 dias. (veja documento abaixo)