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Condenada por tráfico, empresária ganhou prisão domiciliar para cuidar dos pais idosos

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Condenada por tráfico, empresária ganhou prisão domiciliar para cuidar dos pais idosos

Conteúdo/ODOC - Condenada a 18 anos e seis meses por tráfico de drogas e associação para o tráfico, a empresária Thaysa Lucas cumpre prisão domiciliar desde março deste ano para cuidar dos pais, ambos com mais de 70 anos.

Thaysa foi condenada pelo juiz Douglas Bernardes Romão, da 1ª Vara Criminal de Barra do Garças, em julho. Ele manteve a prisão domiciliar e negou o direito de recorrer em liberdade.

Ela é irmã de Flávio Henrique Lucas, apontado como líder do esquema e condenado a 21 anos de prisão, assim como a esposa dele, a cirurgiã-dentista Mara Kenia Dier Lucas. Ambos estão presos desde maio de 2024, após serem alvos da Operação Escamotes, deflagrada pela Polícia Federal.

A prisão preventiva de Thaysa havia sido decretada em 12 de dezembro de 2024, atendendo pedido do Ministério Público Estadual para garantir a ordem pública e a instrução criminal.

A defesa recorreu ao Tribunal de Justiça alegando que a empresária precisava cuidar dos pais idosos que moram com ela.

A prisão domiciliar foi autorizada com tornozeleira eletrônica, recolhimento integral em casa, comparecimento a todos os atos processuais, proibição de contato com outros réus e impedimento de se envolver em novos crimes. Além disso, será realizado estudo psicossocial mensal na residência dos pais, e relatórios de monitoramento devem ser apresentados a cada 15 dias.

Financiadora do tráfico

Segundo a sentença, Thaysa atuava como financiadora do tráfico, em parceria com o irmão e a cunhada. O esquema envolvia drogas vindas da Bolívia para Cuiabá, distribuídas depois para estados como Goiás e Bahia. Veículos alugados eram preparados em funilarias ligadas à quadrilha, com fundos falsos, para transportar os entorpecentes.

Ao ser interrogada, Thaysa negou envolvimento no tráfico interestadual, afirmando que suas relações com o irmão e a cunhada se restringiam à compra e venda de veículos.

O juiz, no entanto, concluiu que a versão não se sustentava diante das provas técnicas, testemunhais e digitais. “Thaysa não era uma figura periférica ou ocasional, mas integrava o grupo de maneira estável e coordenada, participando especialmente do financiamento do tráfico, evidenciado por vultosas transferências bancárias, como uma de R$ 200 mil para a cunhada Mara”, afirma a sentença.

O valor, segundo o magistrado, foi utilizado para custear despesas operacionais do tráfico, incluindo aluguel de veículos, viagens de transportadores, hospedagem e pagamento de honorários de advogados de integrantes presos.