A palavra da moda é “crise”.
Mas quem nunca passou — ou ainda passará — por alguns dissabores na vida?
O mais importante é compreender que os dissabores têm hora de chegada e hora de partida.
Para isso, é fundamental desenvolver o Foco Externo, capaz de identificar a verdadeira origem da crise. Quando ela se prolonga por certo tempo, ainda pode ser suportável.
Porém, quando se torna paralisante, exige criatividade imediata e ação consciente para sair do ponto zero. É preciso ter a certeza de que esse momento raro é passageiro e não permitir que a crise ultrapasse a linha do presente e se infiltre no passado da vida pessoal ou da empresa. Quando isso acontece, o desespero pode — eu disse pode — se perpetuar.
Não adianta propagar a crise como se fosse o fim do mundo. Tampouco usar o fracasso do vizinho como justificativa ou comparar-se com quem está em situação pior. Ao contrário: é justamente nesse cenário que devemos encher o peito de otimismo, reconhecer nossa própria força e acreditar que somos capazes. Assim, em breve, estaremos vendo a crise apenas pelas costas.
A primeira atitude para sair da crise é afastar do convívio as pessoas pessimistas, aquelas que acreditam que tudo está errado e nada dará certo. Elas são especialistas em valorizar fracassos e enxergar apenas erros.
Em tempos de crise, precisamos viver de forma seletiva, aproximando-nos de pessoas otimistas, que reconhecem nossos acertos e nos inspiram com atitudes positivas. A essas pessoas, devemos expressar gratidão e cordialidade, pois muitas vezes sua simples presença já nos fortalece.
Existem forças extraordinárias escondidas em nosso próprio íntimo — forças mentais poderosas — que normalmente só utilizamos em momentos de desespero ou crise. Pensamentos sem objetivos claros dispersam essa energia, diminuem o foco e fazem com que percamos oportunidades valiosas, adiando conquistas possíveis.
No entanto, podemos e devemos utilizar essa força mental em todos os momentos da vida. O caminho começa pelo Foco Externo, onde estão expostas as circunstâncias que nos levaram à crise.
Em seguida, com o Foco Interno, devemos analisar os recursos financeiros e materiais que restaram após o “furacão”. Por fim, é essencial recorrer ao Foco Pessoal, buscando forças motivacionais, intelectuais e a experiência adquirida ao longo da caminhada para traçar, de forma planejada, um novo rumo.
Quando a força de vontade passa a ser a principal saída, algo extraordinário acontece: surgem auxílios de todos os lados. Opções antes escondidas pelo desespero — que cega e paralisa — tornam-se claras e acessíveis.
Tudo se transforma. Passamos a sentir o amparo de uma força superior, cuja origem muitos não sabem explicar, mas que é bem conhecida por aqueles que jamais desistiram.
Para os otimistas, a crise não tem vez.
Ela é apenas um momento passageiro.
Os fortes lutam com todas as forças para conquistar o que parece impossível.
Basta querer profundamente — porque, quando se deseja um objetivo de verdade, tudo se torna possível.
Wilson Carlos Fuah - Escritor, cronista e observador atento da vida política e social de Mato Grosso, é graduado em Ciências Econômica