Política MT
Chapa Lula-Alckmin aposta na boa relação com Maggi e Leitão para atrair setor do agro ligado a Bolsonaro

Políticos mato-grossenses tem forte influência no setor predominantemente bolsonarista
Folha de S.Paulo – Alinhados com o presidente Jair Bolsonaro (PL), representantes do setor agropecuário avaliam que a articulação do ex-governador Geraldo Alckmin (PSB) não reduzirá a resistência do segmento à candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Alckmin, candidato a vice na chapa com o petista, foi escalado para fazer a ponte com ruralistas e atrair votos no terreno de forte tendência bolsonarista.
A estratégia da chapa é explorar a ligação de Lula com o ex-senador e ex-ministro Blairo Maggi, um dos maiores produtores de soja do mundo. Em outra frente, usar a relação de Alckmin com o ex-deputado Nilson Leitão, presidente do Instituto Pensar Agropecuária e consultor da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil).
Como governador de São Paulo, Alckmin se manteve próximo do agronegócio e, em 2018, concorreu à presidência da República pelo PSDB numa chapa com a ex-senadora Ana Amélia (atualmente no PSD), que tem interlocução com o segmento rural.
A investida pró-petista, até o momento, vem sendo considerada tímida por interlocutores dos ruralistas. Mas, mesmo em caso de um esforço maior para atrair o segmento do agronegócio, líderes descartam o apoio do setor à candidatura de Lula-Alckmin.
Membros da bancada ruralista e empresários listam uma série de medidas adotadas no governo Bolsonaro que ampliaram a avaliação positiva da atual gestão no campo, apesar dos percalços relacionados à imagem do país no exterior devido à questão ambiental.
O aumento nos recursos públicos disponíveis para crédito ao setor é um desses fatores. E a tendência é continuar em alta.
O Ministério da Agricultura e ministros do Palácio do Planalto tentam emplacar um plano Safra 2022/23, a ser anunciado neste mês, de R$ 330 bilhões -o impacto disso no Orçamento federal ficaria em torno de R$ 22 bilhões, usados para equalização de juros. No Plano Safra anterior, esses valores foram de R$ 251 bilhões e R$ 13 bilhões.
Além disso, a Caixa também tem reforçado a atuação na área de crédito rural e o Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR) atingiu um recorde em 2021, com quase 218 mil apólices de seguro contratadas.
O presidente colhe ainda os dividendos da alta nas commodities agrícolas, que elevam o valor das vendas para o exterior. Neste ano, por exemplo, as exportações do agronegócio atingiram o patamar recorde de US$ 14,53 bilhões para meses de março.
As mudanças na legislação ambiental também impulsionam o desempenho de Bolsonaro entre os ruralistas.
Nesse quesito, nem mesmo o fato de Alckmin ter sido responsável por alçar Ricardo Salles ao comando do Ministério do Meio Ambiente no governo Bolsonaro tem servido como atenuante para o segmento migrar seu apoio à chapa petista.
Salles chefiou a Secretaria do Meio Ambiente em São Paulo no governo de Alckmin. Em reunião ministerial de Bolsonaro em 2020, ele foi o autor da expressão “passar a boiada”, em referência à intenção de afrouxar regras ambientais em favor da agenda ruralista.
“O Alckmin tem mais diálogo [no agronegócio do] que muitos ali. Mas, na nossa opinião, o Alckmin não leva voto pro Lula e nem tira votos do outro lado”, disse o deputado Sérgio Souza (MDB-PR), presidente da FPA (Frente Parlamentar da Agropecuária).
A bancada ruralista, uma das mais influentes no Congresso e que reúne cerca de 300 parlamentares, faz parte da base de apoio de Bolsonaro.
“O agro [agronegócio] nunca teve tanto dinheiro”, completou Souza ao justificar o apoio reeleição do presidente.
“Tem a questão dos recursos e também o período Bolsonaro retirou uma série de amarras que eram ideológicas. O próprio discurso com relação à questão ambiental ficou distensionado. O Brasil é um país que preserva o meio ambiente. Temos dados disso”, disse o deputado Alceu Moreira (MDB-RS), que liderou a bancada ruralista nos primeiros anos do governo Bolsonaro.
Para ruralistas, a resistência atual à chapa petista foca principalmente a figura de Lula e seus discursos voltados à militância, mas extrapolam para o entorno radical do ex-presidente –como PSOL e Rede–, que emite duras críticas ao setor.
“É um risco é ele [Lula] querer fazer um governo ideológico, diferente de como foram os dois mandatos dele”, declarou Moreira.
Em contraponto a Bolsonaro, a campanha petista tem ressaltado promessas na área ambiental. Em discurso na semana passada, Lula defendeu que órgãos de proteção ambiental esvaziados no governo Bolsonaro passem por um processo de recuperação e disse que, se eleito, não fará concessões em temas de proteção de áreas demarcadas, como reservas indígenas e florestais.
“O setor agropecuário e a bancada são de direita, agenda liberal. Temos pautas que, no nosso ver, destravam [a economia]. No caso da demarcação de terras indígenas, não queremos tirar direito dos índios, queremos que o índio tenha capacidade de produzir, gerar emprego e renda”, afirmou Souza.
Apesar de enaltecerem a carreira política de Alckmin, ruralistas lembram do histórico de atritos e embates entre o ex-governador e Lula. “Eles trocavam declarações e acusações. Como confiar numa relação dessa?”, questionou o líder do PL no Senado, Wellington Fagundes (MT).
Membros da bancada da agropecuária no Congresso avaliam que o grupo conseguirá manter o mesmo patamar de 300 parlamentares ou até mesmo ampliar esse número após a eleição de outubro.
Apesar de Lula liderar as pesquisas de intenção de voto, os ruralistas apostam que o cenário agora é diferente do visto em 2018, quando a onda de renovação derrubou integrantes influentes do setor, como Nilson Leitão, que passou a atuar na interligação da política com o setor privado.
“Achamos que o momento político, com o eleitor mais politizado, favorece mais essa ala conservadora do que o cenário de quatro anos atrás”, prevê o presidente da FPA.
Para o deputado Pedro Lupion (PP-PR), a base ruralista está, em ampla maioria, decidida pelo apoio a Bolsonaro. “Não vejo como o PT conseguir reverter isso”.
No entanto, no caso de um eventual governo Lula-Alckmin, representantes do agronegócio afirmam que o setor vai se mover em direção ao poder e buscar o apoio do Palácio do Planalto ao segmento.
Alckmin foi procurado, mas não quis comentar a reportagem.


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Fávaro diz que Neri está preparado para ser senador e cobra união de prefeitos em prol da pré-candidatura

Senador participou de encontro com lideres políticos neste sábado, em Juina [Foto –Edson Rodrigues]
“Estou muito feliz em viajar pelos quatro cantos do estado, ouvindo os prefeitos por um objetivo maior. O líder desse processo é o Neri Geller. Ele está preparado, não esquece sua base, suas raízes, e por isso, Mato Grosso tem que ter um senador como o Neri. Não sou candidato dessa vez, mas sou candidato a unir o time em prol da candidatura dele para Mato Grosso avançar”, declarou.
O movimento conta com dirigentes e lideranças do Progressistas, PSD e MDB para discutir uma agenda voltada ao desenvolvimento de logo e de mudança de vida das pessoas.
“Falar de política é o espírito deste projeto e este é o momento de conversar. O Avança Mato Grosso é debater e captar o que a população precisa. O fundamento não é somente fazer discurso, mas gerar conhecimento e saber todos os anseios da população. Pensamos em infraestrutura, pensamos em saúde e educação”, disse Carlos Fávaro.
O movimento “Avança Mato Grosso” foi lançado no dia 6 de maio em Alta Floresta. Na oportunidade, também foi lançada uma Carta Princípios que prioriza o social. Entre as propostas defendidas no documento estão a erradicação da fome e da miséria; geração de empregos; qualificação profissional; integração econômica entre as regiões de Mato Grosso; descentralização do atendimento em Saúde, fortalecendo os polos regionais. Também está na pauta a segurança na fronteira do estado.
As últimas edições do Avança foram realizadas nos municípios de Pontes e Lacerda, Cáceres e Mirassol D’Oeste, e reuniu mais de 1.100 lideranças políticas da região do Oeste, assim como senador, deputados federais, estaduais e pré-candidatos.
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Botelho aciona Ministério Público e pode cancelar emenda de R$ 450 mil para reality show em VG

Deputado Eduardo Botelho ao lado do apresentador Jajah Neves no lançamento do reality show: repercussão negativa
O presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, deputado Eduardo Botelho (União Brasil) acionou Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) nesta sexta-feira (24), devido a suspeita de desvio de finalidade de uma emenda parlamentar de sua autoria no valor de R$ 450 mil. Ele argumenta que a verba seria para ser aplicada para capacitação de influencers digitais, que em contrapartida, iriam divulgar as potencialidades econômicas, culturais, gastronômicas e turísticas de Mato Grosso.
No entanto, o valor da emenda foi utilizada para a criação de um reality show, que será transmitido pela internet a partir deste domingo (26), diretamente de uma chácara de luxo na região do distrito de Bonsucesso, em Várzea Grande. Botelho esteve presente no lançamento do evento na última terça-feira (21) “Solicitei via Ofício Número 141/2022, protocolado na Procurador-Geral de Justiça, nesta sexta-feira (24.06), às 17h53 e no Ministério Público de Mato Grosso, para investigar o possível desvio de finalidade da emenda 168, conforme as disposições legais”, diz trecho da nota emitida por Botelho.
Botelho também encaminhou ofício ao secretário de Estado de Cultura, Esporte e Lazer (Secel), Jeferson Carvalho Neves, onde afirma que ficou sabendo só agora de que “os referidos recursos estariam sendo utilizados para outra finalidade, qual seja a realização de um reality show, o que não se coaduna com o propósito da liberação dos recursos”.
O programa que será apresentado pelo ex-deputado Jajah Neves vai confinar 10 influenciadores digitais mato-grossenses por oito dias, com prêmio de R$ 25 mil.
Confira a nota do deputado
O presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, deputado Eduardo Botelho repudia o desvio de recursos públicos e recorreu ao Ministério Público Estadual – MPE para denunciar possível desvio de finalidade na aplicação da Emenda Parlamentar n° 168, de sua autoria, destinada à capacitação de profissionais digital influencers, que conforme a emenda, teria o objetivo de divulgar as potencialidades econômicas, culturais, gastronômicas e turísticas de Mato Grosso. Conforme esclarece o deputado:
Solicitei via Ofício Número 141/2022, protocolado na Procurador-Geral de Justiça, nesta sexta-feira (24.06), às 17h53 e no Ministério Público de Mato Grosso, para investigar o possível desvio de finalidade da emenda 168, conforme as disposições legais.
Informo ainda que foi protocolado, de imediato, na Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer – (Secel), o Ofício/Número 142/2022, informando que há indícios de que o recurso dessa emenda parlamentar estaria sendo utilizado para a realização de um reality show, o que diverge do propósito da emenda. Assim sendo, caso os recursos não sejam utilizados para a finalidade destinada, requeiro que seja avaliada a possibilidade cancelamento e o retorno do recurso em questão aos cofres públicos do Estado de Mato Grosso.
Ofícios encaminhados ao Ministério Público e à Secel
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