Política Nacional
CDH vai pedir proteção para vigilantes indígenas do Vale do Javari e ouvir ministro da Justiça

Com a aprovação de sete requerimentos, nesta segunda-feira (20), a Comissão de Direitos Humanos (CDH) decidiu aprofundar sua participação nas investigações e medidas referentes aos assassinatos de Bruno Pereira e Dom Philips e à situação do Vale do Javari, no Amazonas.
O REQ 36/2022 – CDH, de autoria do presidente da Comissão, o senador Humberto Costa (PT-PE), pede que seja garantida “a imediata proteção e segurança aos vigilantes indígenas que compõem a Equipe de Vigilância da Univaja (EVU)”, a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari. De acordo com o senador, a solicitação de proteção foi feita pelos próprios ameaçados.
— A nossa solicitação advém de um pedido que nos foi feito por todos aqueles que trabalham com a Univaja e com outras instituições, naquela região do Vale do Javari, pessoas que estão ameaçadas, inclusive indígenas, e eu requeiro a aprovação desse pedido, para que nós tomemos as providências para acionar a Polícia Federal, o próprio ministro da Justiça, a Polícia do Estado do Amazonas — afirmou Humberto.
O pedido de proteção e segurança abrange também os coordenadores da Univaja Paulo Marubo, Eliésio Marubo e Eriberto Marubo; bem como colaboradores da EVU, entre eles Orlando Possuelo e Tataco, além dos servidores da Coordenação Regional Vale do Javari e da Frente de Proteção Etnoambiental Vale do Javari, “que atuam na Terra Indígena Vale do Javari, e outros a serem oportunamente indicados”.
— Queria registrar aqui o nosso pesar, a nossa tristeza por esse episódio brutal acontecido no estado do Amazonas, envolvendo o assassinato de um indigenista, Bruno Pereira, um pernambucano que trabalhava já há muitos anos na Funai e que chegou a ser exonerado por ter comandado ações contra atos ilegais cometidos naquela região, seja do ponto de vista de pesca, de garimpo, de comercialização de madeira ilegalmente, e que, mesmo afastado da Funai, continuou a desenvolver um trabalho junto aos povos mais isolados daquela região. Da mesma forma, o jornalista Dom Philips, jornalista de renome mundial que estava trabalhando na elaboração de um livro e que vinha fazendo uma pesquisa profunda na Região Amazônica. Esse livro se chamava Como Salvar a Amazônia, nós lamentamos profundamente esse fato, esperamos e temos cobrado que as autoridades tanto policiais — a polícia do Estado do Amazonas, a Polícia Federal — quanto o Ministério Público Federal e o Ministério Público Estadual possam conduzir essa investigação da forma mais célere e mais profunda possível — afirmou o presidente da CDH.
Humberto Costa também pediu que os responsáveis pelo crime sejam identificados e punidos, inclusive os mandantes.
Ministro, prefeito e diligências
Por meio do REQ 32/2022 – CDH, do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), a Comissão vai chamar o ministro da Justiça, Anderson Torres, para prestar informações sobre o “aumento da criminalidade e de atentados contra povos indígenas, quilombolas, ribeirinhos e jornalistas na região Norte e em outros estados”, e sobre as providências adotadas diante dos assassinatos de Bruno e Dom. O ministro será ouvido conjuntamente pela CDH e pela recém-criada Comissão Temporária Externa que investiga crimes na Amazônia, da qual Randolfe é presidente.
Sobre o mesmo assunto, o REQ 34/2022 – CDH, também de Randolfe, requer que o prefeito de Atalaia do Norte (AM), Denis Linder Rojas de Paiva, preste informações à Comissão. Para o senador, o prefeito é “grande conhecedor do local” e vai “contribuir com informações de grande relevância para a situação que assola atualmente a região”. Na mesma linha, também foi aprovado o REQ 35/2022 – CDH, de Randolfe, para que seja feita diligência da Comissão em Manaus e em Atalaia do Norte.
“Os desaparecimentos e as mortes, agora confirmadas, do indigenista brasileiro Bruno Araújo Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips, colaborador do jornal The Guardian, tornaram-se notícia no Brasil e no mundo, trazendo à tona o problema do aumento da criminalidade e de atentados contra povos indígenas, quilombolas e ribeirinhos e jornalistas na região Norte e em outros estados. Desde o início do governo Jair Bolsonaro foram denunciados o desmantelamento do aparelho estatal de repressão à criminalidade ambiental, de proteção às minorias, bem como os ataques incessantes contra a imprensa, contexto que está intimamente relacionado com o caso de Bruno Araújo Pereira e de Dom Phillips”, afirma Randolfe no requerimento de convite a Anderson Torres.
Outro requerimento de Randolfe, o REQ 33/2022 – CDH, determina que a Comissão faça diligência no estado do Amazonas para acompanhar as investigações dos assassinatos de Bruno Pereira e Dom Philips.
Audiência pública
De Humberto Costa, o REQ 37/2022 – CDH pede que a Comissão faça uma audiência pública, em conjunto com a Comissão Temporária Externa, com as presenças de Marcelo Augusto Xavier da Silva, presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai) e de representantes da Univaja e da Indigenistas Associados.
“Segundo informações da Univaja, Bruno recebia constantes ameaças de madeireiros, garimpeiros e pescadores. O governo falha em combater atividades criminosas e, estranhamente, ao mesmo tempo tenta legalizá-las. O desmatamento amazônico, por exemplo, tem subido ano a ano. A área devastada no ano passado é mais de oito vezes superior à da cidade de São Paulo. Entre 2012 a 2021, a Amazônia concentrou mais de 70% das mortes por conflitos fundiários no país”, afirma Humberto Costa no requerimento.
Ele também registra que levantamento da Comissão Pastoral da Terra (CPT) mostrou que 313 pessoas perderam a vida em disputas por terra na região em 2021. Os grupos mais vitimados foram povos indígenas (26% dos assassinados) e quilombolas (17%).
“Só em 2021, segundo outro relatório da CPT, foram registradas ameaças de morte contra 32 lideranças indígenas ou servidores públicos que atuam em defesa dos territórios. A maioria da lista é composta de cacicas e caciques de comunidades locais, além de lideranças ativistas em defesa de povos indígenas”, acrescenta o senador.
Também de Humberto Costa é o REQ 38/2022 – CDH, para promover compartilhamento automático dos trabalhos e investigações da Comissão Temporária Externa presidida por Randolfe Rodrigues.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)


Política Nacional
Comissão aprova projeto que prevê barreiras de proteção em licitações para praças de pedágio em rodovia


A Comissão de Viação e Transportes da Câmara dos Deputados aprovou projeto que estabelece que os editais para a concessão de rodovias federais à iniciativa privada deverão prever a instalação de elementos de proteção e segurança nas praças de pedágio, incluindo atenuadores de impacto nas cabines de cobrança.
A medida consta do substitutivo apresentado pelo relator, deputado Bosco Costa (PL-SE), ao Projeto de Lei 3072/21, do deputado Alexandre Frota (PSDB-SP). O substitutivo altera a Lei de Reestruturação dos Transportes Aquaviário e Terrestre, que trata da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
A proposta aprovada determina ainda que caberá ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) a elaboração de normas para instalação dos atenuadores de impacto nas praças de pedágio.
“Além de instalados, precisamos que sejam eficientes, o que torna a normatização fundamental”, justificou o relator. “É necessário tornar realidade essas recomendações, para melhoria da segurança nas concessões rodoviárias”, continuou Bosco Costa em seu parecer.
“Com essas medidas, conseguiremos salvar vidas e diminuir o número de feridos em colisões causadas por motivos diversos”, ressaltou Alexandre Frota, autor do projeto.
Tramitação
O projeto tramita em caráter conclusivo e ainda será analisado pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania.
Reportagem – Ralph Machado
Edição – Marcia Becker
Política Nacional
CMO aprova transferência de recursos de pesquisas para outras despesas

A Comissão Mista de Orçamento (CMO) aprovou na quarta-feira (6) o projeto de lei do Congresso Nacional (PLN 17/2022) que reduz os recursos destinados ao Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT). A matéria ainda passará por votação no plenário do Congresso Nacional.
— Só o que não for gasto poderá ser usado em outras fontes — disse o relator, deputado Carlos Henrique Gaguim (União-TO).
Mas alguns parlamentares votaram contra essa diretriz. O deputado Enio Verri (PT-PR) disse que o projeto reduz ainda mais os investimentos em ciência e tecnologia.
— Se não foi possível gastar é por incompetência do governo. Nossas universidades federais estão fechando, não tem dinheiro nem para papel higiênico! Não conseguem pagar vigia, pessoal de limpeza — reclamou.
Doações em período eleitoral
O PLN 17/2022 também permite a doação de valores, bens e benefícios para entidades privadas ou públicas dentro do período restrito pela legislação eleitoral, desde que as doações representem encargo para o donatário.
— A Codevasf e o DNOCS vão poder doar bens e equipamentos para associações da agricultura familiar, que já estão alocados nos pátios dessas empresas, mas não podem ser utilizados por causa da reserva eleitoral — disse o deputado Claudio Cajado (PP-BA).
Mudança na nota de empenho
O PLN 17/2022 também possibilita a mudança do credor da nota de empenho, durante procedimentos contábeis relacionados à execução de restos a pagar não processados. Hoje, no caso de impossibilidade de a administração pública pagar um credor, é preciso cancelar a nota de empenho e emitir uma nova com o nome do outro credor.
Gaguim defendeu a mudança por, segundo ele, permitir dar andamento a obras que estão paradas, como por exemplo mais de 1.500 creches inacabadas. O deputado Celso Sabino (União-PA) afirmou que a mudança se aplica a casos em que a obra é realizada pelo segundo colocado no processo de licitação, após ter substituído o primeiro no ano posterior à emissão da nota de empenho.
— A obra foi entregue à sociedade e o recurso não pode ficar na União e a empresa ficar sem receber — disse o deputado.
Já o deputado Marcel Van Hatten (Novo-RS) disse que a medida vai prejudicar a transparência na prestação de contas das obras.
— Isso vai contra as regras das finanças públicas. Não se poderia admitir mudar o credor da nota de empenho.
Com informações da Agência Câmara
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
Fonte: Agência Senado
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