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Carnaval cuiabano e o legado de Jejé de Oyá

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Ícone da cultura cuiabana criou fantasias e desfilou em várias escolas de samba e blocos da capital

Uma das épocas mais coloridas, animadas e irreverentes está se aproximando. O clima das cidades já entrou nos embalos de uma das maiores festas populares do Brasil. E Cuiabá, a capital mais quente do país, não é diferente. Pau-rodados e cuiabanos de chapa e cruz estão se preparando para cair na folia do carnaval.

Falar dessa época por aqui é lembrar dos grandes bailes nos clubes da cidade, como o Dom Bosco (mais frequentado pela elite cuiabana), o clube Náutico (mais popular) e o Balneário Santa Rosa que garantia uma certa “mistura” dos foliões.

Uma das personalidades que brincava o carnaval em todos os clubes da cidade foi Jejé de Oyá, considerado por muitos como o ícone da folia do Rei Momo na capital. Ele não só ia aos eventos mais tradicionais e populares como também desfilava com muita elegância, brilho e cores pelas ruas da cidade.

O carnaval foi para Jejé de Oyá um momento de diversão, mas também de produção e de muito trabalho. Ele foi alfaiate, carnavalesco, criava fantasias, foi várias vezes destaque das Escolas de Samba (principalmente na Pega no meu Coração, primeira Escola de Samba de Cuiabá), júri dos desfiles das escolas e dos blocos, colunista e um observador muito atencioso de tudo que acontecia nos dias que transcorriam as festas, os bailes, as folias e os encontros de carnaval.

“Ao mesmo tempo que ele brincava o carnaval, ele escrevia sobre os fatos e pessoas na sua coluna social. Todos ficavam afoitos para ler as últimas notícias que Jejé de Oyá narrava nos espaços que ocupava nos jornais da capital”, afirma Jeferson Bertoloti, idealizador e organizador do Prêmio Jejé de Oyá.

Este prêmio, segundo Bertoloti, referencia essa grande personalidade por tudo que ela fez e representou para a sociedade mato-grossense. O carnaval foi uma das maiores vivências desse ícone da cultura cuiabana. “Esse projeto traz os feitos de Jejé, como também valoriza a cultura cuiabana. Falar de Jejé é lembrar de qualidade de tudo que ele produzia, da folia de rua, da organização, do envolvimento de todas as classes sociais, do ir e vir de Jejé esbanjando alegria. Ele sempre foi o mais esperado e aguardado na avenida.”

Os feitos de Jejé nos carnavais da cidade verde fazem parte do legado que ele deixou para a história, a arte e a cultura cuiabana. “Todo o planejamento, a organização, o zelo, o compromisso e todo o trabalho que Jejé sempre fez em suas atividades, principalmente no carnaval, dão base para a realização desse projeto que homenageia essa personalidade importante da cultura cuiabana, bem como as pessoas negras que muito fizeram e continuam fazendo nos mais variados setores da nossa sociedade”, destaca o organizador do prêmio.

Premiação – Nos próximos meses acontecerão vários eventos que antecedem a entrega dos troféus da edição 2023 do Prêmio Jejé de Oyá.  “Vamos realizar o Sambão de Jejé com muita alegria, brilho e samba no pé”, revela Jeferson Bertoloti. Eles acontecerão nos dias 26 de fevereiro, 19 de março e 16 de abril. Todos serão realizados aos domingos, a partir das 16h00, na praça da Vanguard, localizada no bairro Jardim Bom Clima. A grande festa da premiação está marcada para acontecer dia 29 de abril no Teatro Zulmira Canavarros.

 

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