WILSON GARCIA

Câncer de mama e pessoas com deficiência: inclusão também é saúde

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Câncer de mama e pessoas com deficiência: inclusão também é saúde

O Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, celebrado em 21 de setembro, é um marco importante para reforçar a necessidade de inclusão e igualdade de oportunidades. Instituída pela Lei nº 11.133/2005, a data foi estrategicamente escolhida para coincidir com o início da primavera, estação que simboliza o florescimento, o renascimento e a renovação das esperanças.

Mais do que um dia de reflexão, é uma convocação para a sociedade olhar com atenção às barreiras que ainda persistem e às pontes que precisam ser construídas.

No campo da saúde, o debate se torna ainda mais urgente. Pessoas com deficiência ou neurodivergentes enfrentam, muitas vezes, obstáculos que dificultam o acesso ao diagnóstico precoce e ao tratamento adequado de doenças como o câncer de mama. Questões de mobilidade, ausência de equipamentos adaptados e até mesmo a falta de capacitação de profissionais para atender esse público são desafios que precisam ser enfrentados.

O diagnóstico precoce do câncer de mama é fundamental não apenas para aumentar as chances de cura, mas também para reduzir o impacto das intervenções. Quando identificado em estágio inicial, possibilita cirurgias menores, menos mutilantes e com menos efeitos colaterais, diminuindo o risco de sequelas que podem comprometer a mobilidade, a sensibilidade e até gerar deficiências permanentes.

Detectar o câncer de mama cedo e oferecer um tratamento adequado e menos agressivo é, também, uma forma de prevenir deficiências e preservar a qualidade de vida da paciente.

O câncer de mama é o tipo mais comum entre mulheres no Brasil e no mundo, e a prevenção depende diretamente do acesso a exames como a mamografia, ultrassonografia e avaliação clínica especializada.

Quando falamos em inclusão, não se trata apenas de rampas de acesso ou políticas públicas gerais: trata-se também de garantir que todas as mulheres, inclusive aquelas com deficiência ou neurodivergentes, possam realizar seus exames de forma digna, confortável e eficiente.

A luta pela inclusão deve caminhar lado a lado com a luta pela vida. Reconhecer e respeitar as especificidades das pessoas com deficiência é abrir caminhos para diagnósticos mais precoces, tratamentos mais eficazes e, sobretudo, uma sociedade mais justa.

Neste 21 de setembro, a mensagem que fica é clara: saúde também é inclusão. E o cuidado com o câncer de mama deve ser universal, acessível e humanizado, alcançando todas as mulheres, sem exceção.

Dr. Wilson Garcia é Médico Mastologista