QUEBRA DE DECORO

Câmara recebe requerimento para cassar Maysa Leão por expor adolescente em audiência

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Câmara recebe requerimento para cassar Maysa Leão por expor adolescente em audiência
Denúncia foi encaminhada à Procuradoria do Legislativo e, caso o parecer seja favorável, será submetido à votação no plenário 

Conteúdo/ODOC - A Câmara Municipal de Cuiabá recebeu um requerimento que pede a abertura de uma comissão processante contra a vereadora Maysa Leão (Republicanos), sob acusação de quebra de decoro parlamentar. A solicitação foi protocolada pela balconista Katiuscia Micheli Vaz, que alegou que a parlamentar expôs ao constrangimento uma adolescente de 16 anos durante audiência pública na tribuna do Legislativo.

Apesar do pedido, a apuração feita pela reportagem indica que a iniciativa dificilmente terá continuidade. Isso porque o Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), que chegou a investigar o caso, arquivou o procedimento. A decisão foi tomada pelo promotor Paulo Henrique Amaral Motta, da 14ª Promotoria de Justiça Cível – Infância e Juventude, que entendeu não haver elementos suficientes para justificar a investigação na área de sua atribuição.

Pedido e tramitação

No documento protocolado em 15 de setembro, a denunciante afirmou que a vereadora teria cometido “ato incompatível com o decoro parlamentar”, citando dispositivos do Regimento Interno da Câmara, da Lei Orgânica do Município e do Decreto-Lei nº 201/1967, que trata da cassação de mandatos de agentes políticos. Como prova, anexou um pen drive com a íntegra da audiência e reportagens publicadas sobre o episódio.

O pedido será inicialmente analisado pela Procuradoria da Câmara, que dará um parecer sobre a admissibilidade. Se for aceito, deve ser lido em plenário e submetido ao voto dos vereadores, com maioria simples necessária para instaurar o processo. Contudo, parlamentares ouvidos pela reportagem, tanto da base quanto da oposição, avaliam que o requerimento não deve prosperar. “O próprio Ministério Público já arquivou. A chance de avançar é praticamente zero”, disse um vereador sob reserva.

A expectativa é de que a solicitação seja rejeitada já na sessão da próxima terça-feira (7).

Outro lado

Maysa Leão confirmou que tomou conhecimento do pedido nesta terça-feira (30). Em nota, informou que sua assessoria jurídica solicitará nesta quarta-feira (1) o parecer oficial da Procuradoria da Câmara. Segundo a parlamentar, ela só se pronunciará após ter acesso completo aos documentos.

A vereadora destacou ainda que mantém “respeito às instituições e à tramitação regular dos processos internos da Casa de Leis”, afirmando que seguirá tratando o tema com “serenidade e responsabilidade que o cargo exige”.