Conteúdo/ODOC - O deputado estadual Eduardo Botelho afirmou que a manutenção do veto do governador Mauro Mendes ao reajuste de 6,8% dos servidores do Judiciário não representa enfraquecimento da Assembleia Legislativa. A votação terminou com 12 votos pela manutenção e 10 pela derrubada, três a menos do necessário para aprovar o aumento salarial. “Pegar mal não pega, faz parte, parlamento é isso: Discutir o projeto, aprovar ou não”, declarou o parlamentar.
O reajuste afetaria cerca de 3,5 mil servidores em nove cargos e teria impacto de R$ 42 milhões no orçamento do Judiciário apenas neste ano. O resultado provocou forte reação entre os servidores, que passaram a discutir uma possível greve por tempo indeterminado. Botelho disse que não esperava diferença tão ampla. “Eu achava que ia ser a diferença muito apertada de um voto, que talvez faltasse um voto, mas deu mais, faltou três votos. Para mim, foi surpresa o número baixo de votos”.
Apesar de negar prejuízo à imagem da Assembleia, o deputado reconheceu que o placar evidencia o peso do Governo do Estado dentro do Parlamento. “Eu não diria que pega mal, mas que demonstra a força do governo, não resta dúvida, não tem nem o que discutir, é lógico que demonstra sim a força que ele tem”, afirmou. Sobre a insatisfação dos servidores, Botelho disse desconhecer quem teria criado expectativas de apoio. “Eu disse que ia votar e votei. Meu parecer foi pela derrubada, votei pela derrubada, mas não sei quem que deu essa garantia para eles”.
O governador Mauro Mendes justificou o veto argumentando que o reajuste criaria efeito cascata entre os Poderes e geraria impacto de R$ 1,6 bilhão. Ele afirmou que o projeto é materialmente inconstitucional e viola normas fiscais e orçamentárias. “A alteração isolada das tabelas remuneratórias do Poder Judiciário tende a desencadear pressões de equiparação em todos os demais Poderes e funções”, disse o governador.