Conteúdo/ODOC - O ex-ministro da Agricultura e empresário Blairo Maggi (PP) avaliou que a reversão das sobretaxas aplicadas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros não ocorreu por articulação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo ele, a medida anunciada por Donald Trump atendeu prioritariamente aos interesses da população norte-americana diante da alta nos preços dos alimentos.
Maggi afirmou ter viajado recentemente aos EUA e constatado o impacto inflacionário sobre itens alimentares, setor no qual o Brasil registra forte presença nas exportações. Para o ex-ministro, o recuo do governo norte-americano foi uma forma de aliviar o custo interno. Disse que Trump não tomou a decisão com o objetivo de agradar o Brasil e ressaltou que o mercado dita os rumos econômicos independentemente de decretos ou pressões políticas.
Em novembro, após encontro com Lula, Trump anunciou a suspensão de tarifas adicionais a produtos nacionais. Semanas depois, ampliou a retirada para mais de 200 itens como carne bovina, café, cacau e frutas.
Questionado se a diplomacia brasileira teve peso no desfecho, Blairo ponderou que negociações oficiais são importantes, mas defendeu que a conjuntura interna dos EUA foi determinante. Ele destacou que o governo norte-americano precisou reagir ao aumento do custo de vida e concluiu que a Casa Branca percebeu que os consumidores estavam pagando valores acima do esperado.
