ESQUEMA NO TJ

Analista e chefe de divisão são suspeitas de fraudar planilhas que permitiram desvios de R$ 11 milhões

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Analista e chefe de divisão são suspeitas de fraudar planilhas que permitiram desvios de R$ 11 milhões
Elas foram afastadas das funções no TJ após serem alvos da Operação Sepulcro Caiado nesta quarta-feira

Conteúdo/ODOC - Duas servidoras do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT) também foram alvos da Operação Sepulcro Caiado, deflagrada nesta quarta-feira (30) pela Polícia Civil, que apura um esquema de fraudes milionárias nas movimentações da conta de depósitos judiciais do Judiciário estadual.

As investigadas são Eva da Guia Magalhães Silva, que atua como analista judiciária, e Cláudia Regina Dias de Amorim Del Barco Corrêa, chefe de divisão e ex-diretora do Departamento de Depósitos Judiciais do TJ-MT.

Segundo a investigação, as duas teriam participado da elaboração de planilhas fraudulentas que sustentaram desvios que ultrapassam R$ 11 milhões. À época dos fatos, Cláudia era responsável por autorizar os resgates dos valores, enquanto Eva atuava no lançamento de dados no sistema interno da Corte.

Em ofício encaminhado à Polícia Civil, o Tribunal informou que  ainda não é possível afirmar se as condutas foram dolosas ou decorrentes de negligência grave, mas há indícios de que ambas detinham documentos físicos e digitais ligados aos atos irregulares, o que motivou os mandados de busca e apreensão.

As duas também vinham recebendo valores muito acima da remuneração padrão nos últimos meses. Eva, cuja remuneração base é de R$ 24.379,17, somou R$ 63.720,95 líquidos no período recente, devido a indenizações e vantagens eventuais. Cláudia, com salário-base de R$ 12.763,90, teve rendimentos líquidos de R$ 31.473,86 no mesmo intervalo.

Outro alvo da operação é o servidor Mauro Ferreira Filho, técnico judiciário. Ele teve a prisão preventiva decretada, mas não foi encontrado durante o cumprimento dos mandados e é considerado foragido da Justiça. No mês passado, ele recebeu R$ 30.508,60 líquidos, também por meio de indenizações e vantagens.

O esquema

A Operação Sepulcro Caiado investiga uma organização criminosa composta por servidores públicos, advogados e empresários, que teria atuado por anos no desvio de recursos de depósitos judiciais, utilizando documentos forjados, autorizações falsas e manipulação de sistemas internos.

O esquema teria causado prejuízo superior a R$ 21 milhões. A Justiça já determinou o bloqueio de 48 imóveis e 18 veículos ligados aos investigados.