POÇO SEM FUNDO

Alvo de operação por esquema milionário, empresário está proibido de entrar na Metamat

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Alvo de operação por esquema milionário, empresário está proibido de entrar na Metamat

O Governo de Mato Grosso proibiu o empresário Merson Valério Beatriz, principal alvo da 2ª fase da Operação Poço Sem Fundo, deflagrada pela Polícia Civil nesta quarta-feira (10), de acessar qualquer unidade da Companhia Mato-grossense de Mineração (Metamat).

A medida foi oficializada em portaria assinada pelo presidente da Metamat, Rodrigo Ribeiro Verão, e publicada no Diário Oficial desta quinta-feira (11).

A decisão atende determinação da juíza Fernanda Mayumi Kobayashi, do Núcleo de Justiça 4.0 do Juiz das Garantias da Capital.

Segundo a ordem judicial, o empresário está proibido de acessar prédios, arquivos, sistemas digitais, e-mails e qualquer meio de comunicação institucional da companhia.

A operação conduzida pela Delegacia de Combate à Corrupção (Deccor) começou após denúncia do próprio Governo do Estado.

O grupo criminoso, segundo a Polícia, atua desde 2020 dentro da Metamat para fraudar contratos de perfuração de poços artesianos.

Três auditorias da Controladoria Geral do Estado (CGE) apontaram prejuízo superior a R$ 22 milhões entre 2021 e 2023. Foram identificados poços fantasmas, obras em áreas privadas, garimpos e até dentro de uma granja, em total desvio do objetivo de abastecer comunidades rurais.

Também houve pagamentos por poços secos ou improdutivos e falhas graves na fiscalização.

Operação Poço Sem Fundo

Na segunda fase, deflagrada nesta quarta, foram cumpridas 13 ordens judiciais, incluindo mandados de busca e apreensão, bloqueio bancário de R$ 22 milhões, sequestro de oito imóveis e dois veículos, além de medidas cautelares contra investigados.

A 1ª fase da operação, em maio, já havia atingido seis empresas e 24 pessoas físicas entre servidores e empresários , além de suspender pagamentos e afastar servidores da Metamat.

As auditorias revelaram que contratos foram parcialmente descumpridos, pagamentos indevidos foram liberados e poços foram construídos em locais sem utilidade pública. A Justiça determinou novas auditorias para calcular o prejuízo real em cada contrato e apurar possível direcionamento nas contratações.