Alvo de operação, ex-deputado alega tratamento contra câncer, mas juiz nega suspender audiência

Conteúdo/ODOC – O juiz Marcos Faleiros da Silva, da 11ª Vara Criminal de Cuiabá, negou pedido do ex-deputado Pedro Inácio Wiegert, conhecido como Pedro Satélite, para suspender a audiência de instrução e julgamento da ação penal oriunda da Operação Rota Final marcada para esta terça-feira (14).

A Rota Final foi deflagrada em 2018 contra um suposto esquema montado entre empresários do setor e políticos para embaraçar a licitação do transporte intermunicipal em Mato Grosso.

Satélite é acusado de receber “vantagem indevida” dos empresários quando comandava a Comissão Especial de Transportes da Assembleia Legislativa, utilizando-se, inclusive, de outras pessoas para lhes repassarem o “dinheiro sujo”.

No pedido, Satélite alegou que está em tratamento contra um câncer no pâncreas em São Paulo e, por isso, não poderá estar presente para ser interrogado.

Em sua decisão, o juiz Marcos Faleiros citou a decisão do desembargador do Tribunal de Justiça (TJMT), Marcos Machado, em que consta que o atual estado de saúde de Pedro Satélite “não pode servir de escusa com a finalidade de não comparecer nos atos processuais, podendo estar presente por meio de videoconferência”.

A ação

Em delação premiada firmada em 2017, Silval confessou ter recebido propina para editar o decreto 2.499 em 2014, que na prática inviabilizava a licitação do setor.

O decreto, embora tivesse como justificativa autorizar a delegação dos serviços por licitação, prorrogava dezenas de contratos antigos até o dia 31 de dezembro de 2031.

De acordo com Silval, o documento foi negociado por R$ 6 milhões e pagos mensalmente pelas empresas Orion Turismo Eireli e Verde Transportes Ltda, ambas pertencentes ao empresário Eder Pinheiro.