UM DIA APÓS NOMEAÇÃO

Advogado renuncia comissão da OAB após repercussão de ligação com facção criminosa

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Advogado renuncia comissão da OAB após repercussão de ligação com facção criminosa
Roberto havia sido nomeado para a comissão na quarta-feira (26) e protocolou o pedido de renúncia no dia seguinte

Conteúdo/ODOC - O advogado Roberto Luís de Oliveira renunciou ao cargo na Comissão de Ética e Disciplina da 6ª Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Mato Grosso, em Sinop, a 503 km de Cuiabá. A decisão foi oficializada nesta sexta-feira (28), após a imprensa relembrar sua condenação por envolvimento com organizações criminosas.

Roberto havia sido nomeado para a comissão na quarta-feira (26) e protocolou o pedido de renúncia no dia seguinte. A OAB afirmou, em nota, que o advogado fez requerimento formal para integrar a comissão e comprovou estar regular junto à entidade, incluindo a situação financeira com a tesouraria.

Contudo, a decisão gerou polêmica, uma vez que Roberto foi condenado em março de 2024 sob acusação de repassar informações sigilosas a líderes de facções criminosas. Apesar da condenação ainda não ter transitado em julgado, a repercussão do caso intensificou as cobranças sobre a OAB.

Operação Gravatas

Roberto foi um dos alvos da Operação Gravatas, que investigou a comunicação entre advogados e chefes de facções. Segundo a investigação, o advogado era apontado como um dos líderes do chamado "braço jurídico" da organização criminosa, facilitando o repasse de informações e contribuindo para crimes como tráfico de drogas, tortura e lavagem de dinheiro.

Durante a operação, cinco advogados e três presidiários foram presos preventivamente. Mandados de busca e apreensão também foram cumpridos para desarticular o esquema.

Posicionamento da OAB

Em nota, a OAB afirmou que nenhuma nomeação é definitiva e que cargos podem ser revogados caso os requisitos legais não sejam preenchidos. A entidade destacou que aceitou o pedido de renúncia de Roberto e reforçou o compromisso com a transparência e a ética.

Até o momento, a seccional de Mato Grosso não anunciou quem ocupará a vaga deixada na comissão.