Conteúdo/ODOC - O Ministério Público Estadual (MPE) ajuizou uma ação civil pública contra a pecuarista Inês Gemilaki - que está presa acusada de um ataque que deixou duas pessoas mortas e duas feridas em Peixoto de Azevedo - e seu sócio Rogério Perreira de Souza por desmatamento ilegal em área de preservação na Fazenda Santa Inês, em Matupá (695 km de Cuiabá).
O órgão pede que eles sejam condenados a recuperar a área degradada, além de pagar indenização ao Estado em R$ 308,4 mil por danos materiais e R$ 300 mil por danos morais coletivos, totalizando R$ 608 mil.
De acordo com a ação, o crime ambiental ocorreu entre julho de 2020 e novembro de 2023, quando 32,3 hectares de vegetação nativa do bioma Amazônico foram destruídos em uma área classificada como não consolidada.
O desmate foi identificado por imagens de satélite analisadas pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), após a constatação de inconsistências nos documentos apresentados pelos proprietários.
“O desmatamento ocorreu sem autorização ambiental e em área de especial preservação, contrariando o regime de proteção legal”, destacou o MPE.
O Ministério Público ressaltou que os danos ambientais vão muito além da derrubada da floresta, provocando perda de biodiversidade, morte de animais silvestres, degradação do solo e aumento na emissão de gases de efeito estufa.
“O desmatamento ilegal, além de comprometer a biodiversidade e o equilíbrio climático, ofende o sentimento coletivo e gera sofrimento à população mato-grossense e às demais formas de vida afetadas”, destacou o MPE.
Ataque em Peixoto
O ataque ocorreu no dia 21 de abril do ano passado.
Além de Inês também estão presos o filho dela, o médico Bruno Gemilaki Dal Poz, e o cunhado da pecuarista, Éder Gonçalves Rodrigues. Eles já foram pronunciados a júri popular, mas a data do julgamento ainda não foi marcada.
As vítimas fatais foram os idosos Pilson Pereira da Silva, de 65 anos, e Rui Luiz Bogo, de 57 anos.
Ficaram feridos o padre José Roberto Domingos, atingido na mão, e Enerci Afonso Lavall, considerado o alvo principal do ataque.
O crime foi registrado por câmeras de segurança e, segundo o Ministério Público, teria sido motivado por um desentendimento relacionado a um contrato de locação.
Inês havia morado em um imóvel pertencente a Enerci, que entrou com uma ação de cobrança contra ela.