CPI DA CS MOBI

Prefeito Abilio vê indícios de direcionamento e cobra quebra de sigilo de contrato

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Prefeito Abilio vê indícios de direcionamento e cobra quebra de sigilo de contrato

Conteúdo/ODOC - O prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), levantou dúvidas sobre a lisura do contrato de concessão do estacionamento rotativo firmado em 2022 pela gestão do ex-prefeito Emanuel Pinheiro (MDB). Durante depoimento à CPI da CS Mobi, nesta quarta-feira (24), ele afirmou que o processo teria favorecido a empresa vencedora do certame.

De acordo com o prefeito, a Promulti, integrante do consórcio CS Mobi, elaborou o estudo para o projeto do Mercado Municipal Miguel Sutil e, posteriormente, apareceu como única participante da licitação que garantiu a concessão por 30 anos, no valor de R$ 654,9 milhões. “É como se você fosse fazer uma prova sabendo todas as perguntas e respostas”, comparou Abilio.

Por cerca de uma hora, o gestor apresentou documentos e relatórios internos da prefeitura que, segundo ele, mostram que procuradoras municipais defendiam a realização de um chamamento público, mas mesmo assim a Promulti já negociava diretamente com a administração. Ele reforçou que não há provas de corrupção direta, mas vê “indícios claros de direcionamento”.

Ao final da exposição, Abilio cobrou medidas mais duras dos parlamentares da CPI. Ele defendeu a quebra de sigilos bancários e de e-mails de ex-gestores, além da convocação de secretários e representantes da empresa investigada. “Não podemos ter CPIs que acabem em pizza”, afirmou.

O prefeito disse ainda que, caso o contrato seja anulado, pretende abrir uma nova licitação “transparente e justa”, garantindo a conclusão do mercado municipal sem custos adicionais para a prefeitura.

Prazo apertado

A vereadora Maysa Leão, integrante da comissão, rebateu parte das colocações de Abilio. Segundo ela, a CPI tem prazo até 10 de outubro para entregar seu relatório final, o que dificulta a inclusão de novos elementos apresentados pelo prefeito. “Nós temos pouco tempo e a Justiça nem vai responder a gente nesse prazo. Dentro do que é possível, vamos trabalhar”, disse.

Maysa destacou que a investigação parlamentar se concentra na legalidade do contrato firmado com o consórcio, enquanto Abilio trouxe questionamentos sobre todo o processo licitatório.

O prefeito sugeriu a abertura de uma nova CPI para aprofundar os fatos. A comissão ainda não decidiu se levará a ideia adiante.