Conteúdo/ODOC - O prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), moveu duas ações judiciais contra o servidor público Valdiná da Silva Ferreira, mais conhecido como “Kaco do CPA”, após ser alvo de críticas e acusações publicadas nas redes sociais. Os processos incluem uma queixa-crime e uma ação por danos morais, motivadas por declarações que, segundo Abilio, violam sua honra e imagem pública.
As ações foram protocoladas após a publicação de um vídeo no Instagram de Kaco, no dia 25 de julho deste ano. Na gravação, ele teria chamado o prefeito de “canalha”, “patife” e “ser humano pequeno, pequeno”, além de acusá-lo de xenofobia, ao interpretar uma fala de Abilio como ofensiva ao povo nordestino.
A defesa do prefeito sustenta que a declaração atribuída a ele foi retirada de contexto e utilizada de forma distorcida. O trecho em questão — no qual Abilio afirmou que a senadora Margareth Buzetti “deveria se candidatar no Nordeste” —, segundo o gestor, não teve conotação preconceituosa. Ele argumenta que se tratava de uma crítica política à atuação da senadora, que, em sua avaliação, estaria desalinhada dos valores do eleitorado cuiabano.
Na esfera criminal, o prefeito acusa Kaco de calúnia e injúria. A calúnia se refere à falsa imputação de crime — no caso, a prática de xenofobia, que poderia, conforme o vídeo, até justificar impeachment. Já os insultos diretos são enquadrados como injúria, crime previsto no Código Penal com pena de detenção.
Além da queixa-crime, Abilio também entrou com uma ação cível pedindo R$ 40 mil de indenização por danos morais. A ação argumenta que as declarações ultrapassaram os limites da liberdade de expressão, atingindo diretamente a sua reputação como agente público. O prefeito também solicita direito de resposta e retratação pública por parte de Kaco.
Nos documentos encaminhados à Justiça, a equipe jurídica de Abilio reforça que a manifestação do prefeito está protegida constitucionalmente como opinião política, e que transformar isso em acusação de xenofobia representa um abuso do direito de crítica.
Até o momento, Kaco do CPA não se pronunciou oficialmente sobre os processos.