O prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), divulgou um vídeo nesta segunda-feira (8) com tom bem diferente do pronunciamento que fez no dia 22, quando incentivou apoiadores a guardarem imagens e mensagens de opositores para, no futuro, promover retaliações. Agora, o gestor afirma que não defende qualquer tipo de perseguição por causa de opinião política e que as declarações anteriores teriam sido interpretadas de forma equivocada.
A manifestação ocorre após o Ministério Público do Trabalho recomendar que o prefeito se retratasse publicamente e deixasse de incentivar demissões e retaliações no ambiente profissional por motivações ideológicas. O órgão alertou que, caso a recomendação seja ignorada, poderá ingressar com ação judicial pedindo medidas de restrição, retirada de conteúdos e reparação por dano moral coletivo.
No novo vídeo, Abilio adotou discurso conciliador. Ele disse que ninguém deve ser punido, discutido ou hostilizado por posicionamento político, seja no trabalho, na família ou em qualquer espaço de convivência. Afirmou ainda que não é correto provocar embates ou reunir prints com o intuito de usar isso contra outras pessoas.
O prefeito avaliou que o país vive um momento de acirramento político e que atitudes baseadas em revanche apenas aprofundam divergências e prejudicam a democracia. Segundo ele, relações profissionais precisam ser guiadas por respeito e eficiência, enquanto os laços familiares devem prevalecer sobre diferenças partidárias.
O gestor citou exemplos da administração municipal para dizer que suas decisões não são motivadas por ideologia. Mencionou famílias que vivem em área invadida no Contorno Leste e reforçou que a atuação da prefeitura não depende de quem apoia ou critica sua gestão.
Ao final do pronunciamento, Abilio reconheceu que o clima político pode levar a reações impulsivas e que seus comentários anteriores geraram compreensão equivocada sobre suas intenções. Ele pediu diálogo e maturidade, defendendo que reconstruir o país depende de propostas e não de perseguições.