Conteúdo/ODOC - O prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), atribuiu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a responsabilidade pela nova tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos de exportação brasileiros. A medida foi anunciada pelo ex-presidente norte-americano Donald Trump na quarta-feira (9), e teria, segundo Abilio, origem em uma série de decisões internas do governo federal que afetam negativamente a imagem do Brasil no exterior.
Durante entrevista concedida nesta quinta-feira (10), Abilio apontou que o ambiente político e econômico brasileiro tem contribuído para o afastamento de parceiros internacionais. “O excesso de impostos, a insegurança jurídica e as decisões do governo Lula estão sendo interpretadas como sinais de instabilidade. São fatores que provocam reações como essa dos Estados Unidos”, afirmou.
A fala do prefeito veio após a divulgação de uma carta em que Trump acusa o Supremo Tribunal Federal de perseguir o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e classifica o julgamento como uma “caça às bruxas”. O ex-presidente americano também acusou o Judiciário brasileiro de emitir decisões “ilegais e secretas” contra empresas e plataformas digitais estrangeiras, o que, segundo ele, violaria a liberdade de expressão nos Estados Unidos.
Abilio, alinhado politicamente a Bolsonaro, reforçou a crítica ao Judiciário brasileiro e disse que o cenário atual tem sido interpretado internacionalmente como autoritário. “O Brasil está sendo visto como um país com traços de ditadura. Isso afeta a diplomacia e pode prejudicar nossas relações comerciais com nações conservadoras como Argentina, Israel e Itália, que devem começar a se distanciar”, opinou.
Apesar da fala do prefeito, o Brasil segue funcionando dentro dos limites das instituições democráticas, com os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário em pleno exercício de suas atribuições. Não há confirmação oficial de que a nova tarifa dos EUA esteja relacionada a represálias políticas ou à atuação do governo Lula.
Abilio também chamou atenção para os efeitos econômicos da medida. “Esse aumento tarifário afeta diretamente as exportações brasileiras. Mato Grosso sofre menos com isso, por ser concorrente direto dos Estados Unidos na produção agropecuária. Mas, no setor de importação, especialmente no mercado da carne, haverá impactos, inclusive no nosso estado”, finalizou.
