Conteúdo/ODOC - O prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), revelou nesta quarta-feira (29) que a empresa CS Mobi, responsável pelo estacionamento rotativo da Capital, pediu R$ 135 milhões para rescindir o contrato firmado com a Prefeitura na gestão do ex-prefeito Emanuel Pinheiro (MDB).
A informação foi dada após uma reunião entre o prefeito e representantes da empresa, na tentativa de encontrar uma solução para os problemas identificados na execução do contrato.
Segundo Abilio, a proposta apresentada pela CS Mobi é inviável. “Uma das propostas é de rescisão de contrato, mas é irreal. Eles querem R$ 135 milhões para rescindir o contrato, nós não vamos pagar isso nunca”, afirmou o prefeito.
O gestor destacou que há cláusulas contratuais que permitem a rescisão sem a necessidade de pagar essa quantia. “Nós temos cláusulas no contrato que dão brecha para a gente romper sem precisar pagar esses valores todos. Então, nós vamos aguardar”, explicou.
Além do estacionamento rotativo, a CS Mobi é responsável pelas obras do novo Mercado Municipal e da revitalização do Centro Histórico. Entretanto, segundo Abilio, os projetos estão parados.
Abilio também criticou o modelo de contrato firmado com a CS Mobi, que prevê um pagamento mensal de aproximadamente R$ 650 mil por parte da Prefeitura.
O prefeito apontou que, em 2023, a empresa arrecadou apenas R$ 250 mil com o estacionamento rotativo, sendo que a Prefeitura precisou cobrir a diferença para garantir o funcionamento do serviço.
Durante a reunião desta quarta-feira, a CS Mobi sugeriu uma alternativa para evitar a rescisão: reduzir o valor cobrado da Prefeitura e manter a cobrança da população até que um novo acordo fosse negociado. Entretanto, não houve consenso.
“A empresa do estacionamento está fazendo algumas propostas. Uma delas parece que é a redução dos valores a serem cobrados por nós, até deixando este ano, por exemplo, sem cobrar da Prefeitura, continuar cobrando da população, até que haja uma negociação para ganhar prazo. A gente ainda não avaliou sobre isso”, disse Abilio.
Por enquanto, o prefeito garantiu que os pagamentos à empresa estão suspensos. “A Prefeitura não está pagando e não vai pagar até a gente ter uma decisão”, afirmou.
Apoio à CPI
Abilio também criticou a atuação da empresa e destacou que todas as obras sob sua responsabilidade estão paralisadas. O Mercado Municipal, prometido pela gestão anterior, deveria ter sido concluído em dezembro de 2024, mas segue longe de ser finalizado. Diante disso, o prefeito demonstrou apoio à proposta do vereador Rafael Ranalli (PL) de instaurar uma CPI na Câmara Municipal para investigar a CS Mobi.
“Contratos preveem um monte de coisa, papel aceita qualquer coisa, mas na prática a gente não tem visto essas melhorias aqui no município de Cuiabá. A obra do Mercado da Miguel Sutil, no Centro da cidade, está parada. Foi retomada há pouco tempo”, declarou.
“Acredito que a CPI da Câmara poderá investigar essa parte, enquanto da nossa parte nós temos a Controladoria e os nossos setores de fiscalização de contrato, que vão acompanhar e verificar a situação”, concluiu o prefeito.