Conteúdo/ODOC - O prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), voltou a criticar a CS Mobi, concessionária responsável pelo estacionamento rotativo e pela requalificação de áreas centrais da Capital. Ele comparou o contrato firmado com a empresa à polêmica obra do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), substituído pelo BRT após anos de paralisação.
“Não vai se tornar um VLT. É muito pior. Esse contrato com a CS Mobi é muito pior que o VLT. Porque o VLT ou o BRT é um equipamento que a população ainda vai usar. Seja ele no modal BRT, ART, VLT, qualquer um, é um modal de transporte que a população vai usar. Tem os seus custos e tudo mais, sim, mas a população vai usar. O contrato da CS Mobi não entrega isso”, afirmou Abilio.
O prefeito também questionou a cláusula que permite à concessionária explorar o Mercado Municipal Miguel Sutil por 30 anos, em modelo de Parceria Público-Privada (PPP) firmado na gestão do ex-prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), e ironizou obras de urbanização atribuídas à empresa.
“É como se a gente tivesse feito uma parceria com uma empreendedora: ela constrói num terreno público um bem para ela, usufrui por 30 anos e depois devolve. Qual a vantagem?. Qualquer empresa gostaria de fazer esse negócio. Olha a calçada aqui do lado da Câmara: não tem um metro e ainda tem um poste no meio. Que expertise essa empresa tem em calçadas?. Veja o que fizeram com o ponto de ônibus, praticamente em cima da jardinagem. E, além disso, todos os abrigos que a CS Mobi construir serão espaços de publicidade para ela mesma”, criticou.
O contrato da CS Mobi, alvo de questionamentos jurídicos e investigado por uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara de Cuiabá, prevê a exploração do sistema de estacionamento rotativo por três décadas. A possibilidade de rompimento já foi cogitada, mas esbarra em uma multa rescisória estimada em R$ 140 milhões. Segundo Abilio, manter a parceria pode gerar custo de até R$ 800 milhões, o que mantém em aberto a opção de rescisão.